#eduardo dela cruz
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I'm probably going to hell for this, but I don't feel any sympathy for Julio Borromeo at all.
Dude not only cheated on his wife but also impregnated another woman, and kept this as a secret for years until the death of Filipina.
While I disagree with how Carmela treats Adelina, she has every right to be furious at Julio--this motherfucker had been lying straight to her face for YEARS. Telling Carmela and Teresita that they're the only women in his life, and him telling Adelina how his and Fina's ✨love story✨ began, how he wanted to make her happy after Fina was left by her ex boyfriend after getting her pregnant was like...pure cringe, like bitch who the fuck do you think you are? Some God's gift to women? Some knight-in-shining armour who ought to "save" every lonely woman in the country?
Some of y'all would probably be like, "Oh but he regrets it now, he has been asking for his wife's forgiveness, he's a good father, blah, blah, blah."
This pathetic excuse of a man, tried to deny Adelina when Amelia brought her to his theater (after Fina's death). Tried to lie AGAIN to his wife and daughter despite the truth being slapped on their faces, he's sorry and regrets it? Motherfucker was sorry only after he couldn't deny the truth anymore. Imagine being in Carmela's shoes and your husband, whom you thought was a good man turned out to be a horrible one?
And him not showing up to Fina's funeral to be there for Adelina because he doesn't want to see Fina lifeless is bullshit. He didn't go to the funeral because people will talk, rumors will spread which will eventually cause humiliation to his family, his business going bankrupt, etc. Adelina just loves her father too much.
He loves Filipina?
No, he's a selfish bastard who wants both Carmela and Fina for himself.
He loves his wife?
LIE. You don't betray the person you love. Cheating is a choice, those who cheat always have the excuse of "nagmahal lang ako," and "nagkamali ako," these are so overused. May utak ka diba? You know cheating is bad yet you did it anyway. It's a choice, it's always a choice.
In the show, it was implied that Carmela paid someone to burn the theater. I'm not saying what she did was right, but as the saying goes, "hell hath no fury like a woman scorned." She was deeply hurt, and betrayed by her own husband. She wanted to inflict the worst pain possible for Julio, to ruin him the way he ruined her. It was Julio who turned her into the villain that she is now, Carmela's only mistake was she projected that anger towards Adelina who is innocent in all of this, and in doing so she ended up resenting her own daughter, Teresita for choosing to have a sisterly relationship with Adelina.
"Oh but she can choose to forgive and move past that."
Yeah, because doing that is a walk in the park **insert sarcasm** you can't just tell someone to move on especially when they are still clearly hurting. Betrayal is the worst kind of pain you could inflict on someone, and when trust is gone it's hard to earn it back...chances are, you won't.
"But Carmela going as far as burning Julio's theater is too much."
I do believe it's too much. But Julio begging Carmela to save the theater by selling some of the properties to save their livelihood? And that being a performer is the only job he knows? Nah, he wants to save the theater to preserve the place that reminds him so much of his affair partner. The livelihood, the shows were not the main reasons. Carmela might have turned into a cold, bitter, resentful woman but let's not forget who turned her into this.
Moral of the story: Julio is a walking red flag and that he deserves the karma hahahaha! Also, divorce should be legal in the Philippines.
P.S. I hope the writers don't come up with the bullshit that the wife is a bitch to justify the man's affair. It's 2024, not the 80's.
#gma 7#netflix#suzette doctolero#pulang araw#alden richards#barbie forteza#sanya lopez#david licauco#dennis trillo#angelu de leon#rhian ramos#epi quizon#eduardo dela cruz#adelina borromeo#teresita borromeo#carmela borromeo#julio borromeo
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pulang araw had me on a chokehold at some point, will continue watching when mom continues watching so i can watch with her
sry if they’re not all that good/accurate, i only drew from memory and i had a bit of art block 💀💀
#filipino#gma network#pulang araw#YAY THERE’S A TAG#fanart#adelina dela cruz#eduardo dela cruz#i coulda put teresita here but she didnt look good in my art block art style 😔#hiroshi tanaka#tanaka hiroshi#pulang araw mario#help what is his last name#saitoh yuta#yuta saitoh#colonel yuta#help how do i tag them 😭😭#while we’re here fuck saitoh yuta. all my homies hate him
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Adelina Dela Cruz and Hiroshi Tanaka
Childhood friends destined to be star-crossed lovers on the eve of the Second World War in the Philippines
"I met him that day. The Japanese boy who defended me from his Japanese friends. His name is Hiroshi."
"And that's when I saw him again. My defender."
"That night, a deeper admiration for this foreigner grew in me. Just like my brother Eduardo, he also had a good heart."
Pulang Araw (Red Sun) 2024
Four childhood friends face the challenges and atrocities of the Japanese occupation and World War II in the Philippines, where their loyalties, identities, and destinies are tested.
#the way i know these scenes will demolish me in the upcoming episodes as the war truly begins#pulang araw#red sun#philippine drama#philippine cinema
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DEVOÇÃO AO MENINO JESUS
A devoção ao Menino Jesus de Praga, embora amplamente conhecida, necessita de ser elucidada para que toda a população possa compreender a sua origem, os seus fundamentos teológicos, a sua importância suprema e a sua relevância atual. Esta devoção remonta a Belém, passando pelos anjos, Maria, José, pastores e Reis Magos, sendo continuada pelos santos ao longo dos séculos. Ela assumiu uma forma concreta e universal sob o título do Menino Jesus de Praga, tornando-se um tesouro universal do cristianismo. Originada no jardim do Carmelo, essa devoção floresceu com o calor vivificante da Chama Divina, espalhando seu aroma consolador pelo mundo.
O Convento de Praga desempenhou um papel crucial na propagação desta devoção. Nomeado pelo Papa Paulo V, o Venerável P. Domingos de Jesus Maria, Geral dos Carmelitas Descalços, foi enviado como Legado ao Imperador da Áustria, Fernando II. Em meio a batalhas contra inimigos calvinistas, a vitória foi revelada ao Venerável P. Domingos na Assunção. O Imperador, antes da batalha, recebeu o Escapulário do Carmo e, com a imagem da Sagrada Família, conquistou a vitória em três horas.
A princesa Polyxene de Lobskowitz, uma piedosa senhora, doou a imagem do Menino Jesus ao Convento de Praga em 1628. A imagem foi profanada pelos protestantes em 1631 durante a ocupação da cidade, mas foi encontrada e restaurada por milagre, restabelecendo a proteção divina sobre o convento.
O culto público à imagem começou em 1644, quando a Baronesa Catarina de Lobskowitz erigiu um magnífico altar. Sob a orientação do Padre Cirilo, a devoção cresceu, culminando na construção de uma nova igreja em 1644, consagrada em 1651 pelo Cardeal de Praga. A imagem foi coroada em 1655 pelo Conde Bernardo de Martinitz.
A devoção ao Menino Jesus de Praga tomou grande impulso durante a peste de 1713. As pessoas buscavam refúgio na imagem, e aqueles que recorreram a ela foram preservados da peste. Este período fortaleceu ainda mais a devoção e atraiu fiéis de toda a Europa.
A devoção ao Menino Jesus de Praga é cativante porque apresenta Jesus na fase encantadora de sua infância, inspirando confiança e intimidade. Essa devoção é de grande utilidade, pois o Menino Jesus, representado com a mão levantada para abençoar, deseja abençoar a todos. Ele é retratado com a mão esquerda segurando o globo terrestre, simbolizando seu poder soberano. Esta devoção visa criar um ambiente de intimidade com Deus, conduzindo naturalmente ao caminho da Infância Espiritual, conforme ensinado por Santa Teresinha do Menino Jesus.
A devoção é elogiada por sua simplicidade e pela mensagem de santidade universal que oferece, conectando-se ao "Caminho Novo" proposto por Santa Teresinha.
A devoção ao Menino Jesus de Praga, com suas promessas generosas e consoladoras, merece ser considerada com apreço e fervor pelos fiéis.
A Pia União do Menino Jesus
A Pia União do Menino Jesus, que hoje conta com inúmeros membros em todo o mundo, foi instituída no Santuário de Arenzano em 1903 por decreto de Dom Eduardo Pulciano, Arcebispo de Génova, e foi enriquecida por vários Papas com indulgências especiais. O objetivo é promover o culto ao Menino Jesus e colocar sob proteção especial os membros, e especialmente as crianças. Nesta união espiritual, os fiéis e devotos do Menino Jesus comprometem-se a rezar diariamente e a viver segundo as virtudes da infância espiritual: Ele nunca deixa de abençoar a todos com as suas graças.
A Medalha de Salvaguarda
Entre as diversas medalhas que representam o Menino Jesus, a mais significativa é a “Medalha da Salvaguarda”. Aprovado pelo Papa São Pio X em 1909, é trazido como sinal de confiança e proteção. Representa, juntamente com a imagem do Menino Jesus, a cruz, símbolo da nossa salvação, e algumas palavras e invocações evangélicas, sendo a principal delas o nome de Jesus.
É uma pequena coroa de rosário composta por doze contas, mais de três introdutórias, difundida a partir do século II. XVII pela venerável Margarida do Santíssimo Sacramento, pelas Irmãs Carmelitas Descalças de Beaune (França) e pela grande apóstola do culto ao Menino Jesus. Assim que apareceu a ela, mostrou-lhe este pequeno rosário brilhando de luz, dizendo: “Espalha esta devoção entre os fiéis e assegura-me que te darei graças especiais, especialmente a inocência e a pureza, para aqueles que usarem devotamente este pequeno rosário e recitá-lo-ei com a intenção de honrar os Mistérios da minha Divina Infância”. Tal como o rosário tradicional, este Terço também nos ajuda a “contemplar com Maria o Rosto de Cristo”.
A bendita lamparina a óleo do Menino Jesus
O óleo bento do Menino Jesus está em uso no Santuário de Arenzano, desde a sua fundação (1904-1908). É um azeite, benzido na celebração solene do dia 25 de cada mês. É também chamado de “óleo de lamparina” porque uma parte dele alimenta a chama que arde incessantemente no presbitério do Santuário, diante da imagem do Menino Jesus. Você pode receber este óleo de unção no Santuário ou solicitá-lo para uso pessoal. É um propósito sacramental para aumentar a confiança no Senhor, a quem confiamos os nossos sofrimentos físicos ou espirituais e os dos outros, em busca de cura.
Oração ao Menino Jesus
Os fiéis sempre buscaram formas de oração e intercessão para louvar ao Senhor e pedir-lhe algum favor. Entre as muitas formas, algumas das melhores são os Tríduos (orações recitadas durante três dias consecutivos) e a Novena (durante nove dias consecutivos).
Hinos e Canções ao Menino Jesus
Existem alguns hinos e canções ao Menino Jesus. Algumas foram compostas por ocasião do Centenário do Santuário em 1908.
São canções tradicionais que cantamos frequentemente na nossa Basílica.
A primeira nasceu com a inauguração do Santuário.
Liturgia do Menino Jesus
O momento mais significativo para celebrar, invocar e louvar Jesus Cristo é, sem dúvida, a Eucaristia e a Liturgia das Horas, momentos litúrgicos que fundamentam a vida da Igreja e do povo de Deus.
A veneração do Menino Jesus tem o seu próprio para celebrar a Eucaristia e a Liturgia das Horas.
A MENSAGEM ESPIRITUAL
A Encarnação do Verbo
Jesus é o Filho de Deus, «nascido do Pai antes de todos os séculos», que «desceu do céu e por obra do Espírito Santo… tornou-se homem». A Encarnação é o primeiro ato da Redenção; em Jesus Cristo já vemos o nosso Salvador, contemplamos o seu dom de amor. Este mistério central da nossa fé, que celebramos na solenidade do Natal, é invocado na devoção a partir da mesma representação da estátua.
A Infância Divina
Na vida de Jesus, vemos o comportamento de Deus e praticamos a nossa correspondência ao seu dom. Na devoção ao Menino Jesus são fortemente recomendadas a meditação e a imitação dos mistérios da sua Divina Infância, também através de práticas concretas, como a recitação da “Oração do Terço ao Divino Menino Jesus” ou a celebração do dia 25 de cada mês, em que relembramos o Anúncio da Natividade e outros mistérios da Infância.
Os doze mistérios da infância
A Espera do Messias . (LC 1:5-25; 57-80)
A vinda do Filho de Deus à terra é um acontecimento deste tipo que Deus se dispôs a preparar ao longo dos séculos e o anuncia pela boca dos profetas que estão acontecendo em Israel; desperta no coração dos pagãos a expectativa desta vinda. Colocando-se em comunhão com a longa preparação da primeira vinda do Salvador, o fiel reavivou o desejo ardente da Sua segunda vinda. (CCC 552.524)
A vinda de Cristo na história (A genealogia de Jesus) (MT1:1-17)
Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho. “Deus visitou o seu povo, cumpriu as promessas feitas a Abraão e à sua descendência e superou todas as expectativas: enviou o seu “Filho Amado”. “Cremos e professamos que Jesus de Nazaré, um judeu nascido de uma família de Israel em Belém na época do rei Herodes, o Grande, e do imperador César Augusto, é o Filho eterno de Deus feito homem. (CCC 423)
A anunciação a Maria . (Lucas 1:26-38)
A Anunciação a Maria inaugura a plenitude dos tempos, ou seja, o cumprimento das promessas e dos preparativos. Ao anúncio de que daria à luz o Filho do Altíssimo sem conhecer o homem, pelo poder do Espírito Santo, Maria respondeu com a obediência da fé, certa de que nada é impossível para Deus. Assim, dando o seu assentimento à Palavra de Maria, Maria tornou-se mãe de Jesus e ofereceu-se totalmente à pessoa e à obra do seu Filho. O nó da desobediência de Eva dissolveu-se com a obediência de Maria. (CCC 494)
Visita a Isabel (LC.1,39-56)
João está cheio do Espírito Santo desde o ventre de sua mãe através da obra do próprio Cristo. A visita de Maria a Isabel torna-se assim a visita de Deus ao seu povo. Isabel é a primeira de uma longa geração que chama Maria Bem-Aventurada: “Bem-aventurado aquele que acreditou” (CCC 717,2676).
O anúncio a José. (MT1:18-25)
José foi chamado por Deus para levar Maria consigo para que Jesus nascesse dos descendentes messiânicos de Davi de José. O anjo anuncia a José: “você o chamará de Jesus, pois ele salvará o seu povo dos seus pecados”. Em hebraico, Jesus significa “Deus Salva”, um nome que já expressou sua identidade e missão. (CCC430;437;1846)
O nascimento de Jesus . (Lucas 2:1-20)
Jesus nasceu na humildade de um estábulo, numa família pobre; Os pastores são as primeiras testemunhas deste acontecimento. Nesta pobreza manifesta-se a glória do céu. O Natal é o mistério desta “troca maravilhosa”: o Criador, feito homem sem obra do homem, dá a sua divindade. O mistério do Natal realiza-se em nós quando Cristo “se forma” em nós. (CCC 525.526)
A circuncisão de Jesus . (Lucas 2:21)
A Circuncisão de Jesus, oito dias depois do seu nascimento, é um sinal da sua inclusão na descendência de Abraão, o povo da Aliança, da sua submissão à Lei, da sua permissão ao culto de Israel, do qual participará ao longo da sua vida. vida. Este sinal é a prefiguração da “circuncisão de Cristo” que é o Batismo. (CCC 527)
Apresentação no templo . (Lucas 2:22-38)
A Apresentação de Jesus no Templo mostra-o como o primogénito que pertence ao Senhor. Em Simeão e Ana, todo o Israel espera o encontro com o Salvador. Jesus é reconhecido como o Messias tão esperado, “a luz do povo” e “a glória de Israel”, mas também como um “sinal de contradição”. A espada da dor prevista para Maria anuncia a oblação perfeita e única de Cristo na cruz, que concederá a salvação que Deus “preparou na presença de todos os povos”. (CCC 529)
Adoração de Jesus pelos Magos . (MT 2:1-12)
A Epifania é a manifestação de Jesus como Messias de Israel, Filho de Deus e Salvador do mundo. A grande festa da Epifania celebra a adoração de Jesus pelos Magos vindos do Oriente. Nos Magos, representantes das religiões pagãs circundantes, o Evangelho vê as primícias das nações, que acolhem a Boa Nova da Salvação através da Encarnação. (CCC 528)
A fuga para o Egito e o massacre dos inocentes. (MT 2:13-23)
A fuga para o Egipto e o massacre dos inocentes manifestam a oposição das trevas à luz: “Veio para a sua casa e o seu povo não o acolheu”, toda a vida de Cristo foi vivida sob o sinal da perseguição. Os seus compartilham com ele. A saída de Jesus do Egipto recorda o êxodo e apresenta-o como o libertador definitivo do povo de Deus. (CCC 530)
Os mistérios da vida oculta de Jesus em Nazaré. (Lucas 2:39-40,51-52)
Durante a maior parte da sua vida, Jesus partilhou a condição da grande maioria dos seres humanos: uma existência quotidiana sem grandeza evidente, uma vida de trabalho manual. A sua vida religiosa foi a de um judeu obediente à lei de Deus, uma vida em comunidade. Na submissão de Jesus à sua mãe e ao seu pai legal, realiza-se a perfeita observância do quarto mandamento, e anuncia-se e antecipa-se a submissão da Quinta-Feira Santa: “não a minha vontade”. A vida oculta em Nazaré permite que todos entrem em comunhão com Jesus através dos acontecimentos mais comuns da vida quotidiana. (CCC 531, 533)
A descoberta de Jesus no templo . ( Lucas 2:41-50)
Encontrar Jesus no Templo é o único acontecimento que quebra o silêncio dos Evangelhos sobre os anos ocultos de Jesus. Aqui Jesus permite-nos vislumbrar o mistério da sua consagração total a uma missão que brota da sua filiação divina: “Não sabiais que devo cuidar da obra de meu pai?” Maria e José não compreenderam estas palavras, mas aceitaram-nas com fé. (CCC 534)
A Realeza de Jesus Jesus é o Rei do Universo porque “todas as coisas foram criadas por meio dele” e após a queda, Ele redimiu o mundo. O universo pertence a ele como Criador e como Redentor. Esta realeza, manifestada pelas vestes e dons, é reconhecida pela Igreja especialmente nos mistérios e na Festa da Epifania, no Dia da Ascensão, e também na Festa de Cristo Rei.
A estátua do menino Jesus
A estátua do Menino Jesus de Praga representa o pequeno de 2/3 anos. Menino Jesus em pé, vestido à moda espanhola de 1500 como Pequeno Rei. O vestido vermelho e todo bordado em ouro, coroa na cabeça e na mão esquerda segura um globo orbe encimado por uma cruz representando Sua Realeza Universal e sua mão direita está levantada como em uma bênção sacerdotal.
Fonte: Santuário Menino Jesus de Praga
Leia a nossa publicação ORAÇÕES AO MENINO DE JESUS DE PRAGA
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Assembleia de Rondônia realiza audiência pública sobre a hidrovia do Rio Madeira
A Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia realizou na tarde da última quinta-feira (30), uma Audiência Pública para debater o 1º Plano Geral de Outorgas de Hidrovias de Rondônia. O proponente foi o deputado Alan Queiroz (Podemos). Além do deputado, que coordenou os trabalhos do evento, também compuseram a mesa o presidente da Alero, deputado Marcelo Cruz (Patriota); deputado Jean Oliveira (MDB); promotora de Justiça, Laila de Oliveira Cunha Nunes, pelo Ministério Público de Rondônia; defensor público, Eduardo Guimarães Borges, pela Defensoria do Estado de Rondônia; tenente Melca Dias, pela Capitania Fluvial de Porto Velho; Gilberto Rocha Quintiliano de Sousa, pela Sistema Fecomércio; Tânia Alves , pela Cooperativa dos Garimpeiros da Amazônia(Coogam); Fernando César Parente, presidente da Sociedade de Portos Hidrovias do Estado de Rondônia; presidente da Federação Nacional das Empresas de Navegação Aquaviária (Fenavega), Raimundo Holanda Cavalcante Filho. Deputado Alan Queiroz foi o proponente da audiência (Foto: Antônio Lucas I Secom ALE/RO) De forma virtual também participaram de forma virtual do encontro, o secretário especial de Estudos e Projetos da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), Bruno Pinheiro; senador Jaime Bagatoli(PL) e deputado federal Fernando Máximo(União). O presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, deputado Marcelo Cruz, parabenizou pela iniciativa de Alan Queiroz. Ele afirmou que se impressionou com a quantidade de pessoas que lotaram a Casa de Leis para participar do encontro. Declarou que também será uma voz em favor do setor de mineração de Rondônia. A audiência pública teve como objetivo discutir os assuntos relacionados às ações prioritárias de estudo para concessão das hidrovias do rio Madeira, aprovadas no 25 de outubro desse ano, pela Antaq e pelo Ministério de Portos e Aeroportos. Foi estabelecido pelo levantamento que a exploração das vias navegáveis será feita por concessão ou licitação. Presidente da Alero, Marcelo Cruz (Foto: Antônio Lucas I Secom ALE/RO) Preocupação Foi preocupado com os possíveis impactos que podem surgir dessa decisão, que o deputado Alan Queiroz propôs a realização da audiência. O parlamentar quis debater como as comunidades ribeirinha, a navegação e o transporte de grãos e mercadorias em geral serão afetados por essa medida. A hidrovia possui quase mil quilômetros de extensão entre Porto Velho e a foz dela, no município de Itacoatiara, no Amazonas. Ela é o principal meio de transporte de mercadorias como de passageiros da região. Alan Queiroz deu a palavra para o representante da Antaq, Bruno Pinheiro, para que explicasse a opinião do órgão sobre a hidrovia do rio Madeira. O técnico dividiu a apresentação dele em quatro tópicos diferentes: Plano Geral de Outorgas Hidroviário, A escolha pela priorização do Rio Madeira, Estratégia de Implantação da hidrovia e Cronograma Inicial. Bruno explicou os motivos de se passar a administração da hidrovia do Rio Madeira para as mãos da iniciativa privada. Segundo ele, essa atitude garante mais agilidade na gestão do empreendimento. Além disso, há apoio financeiro para essa iniciativa. “A nossa ideia ao passar para a hidrovia para uma gestão privada é a de que evitaremos limitações decorrentes da lei de licitações em projeto que requer dinamismo e flexibilidade, permite planejamento a longo prazo e nível de serviço mínimo aos usuários, aporte técnico e geração de confiança na hidrovia para a indução de investimentos. Temos também recursos disponíveis da Eletrobras, da ordem de R$ 590 milhões para serem aplicados em 10 anos”, declarou. Navegação Quem também foi convidado pelo deputado Alan Queiroz para fazer uso da palavra foi o presidente da Federação Nacional das Empresas de Navegação Aquaviária (Fenavega), Raimundo Holanda Cavalcante Filho. Ele se mostrou crítico ao processo de passar a gerencia da hidrovia para grupos privados. “Se essa privatização vai trazer algum benefício ou não? A minha resposta, com certeza absoluta, é não! Isso foi feito a quatro paredes. Recentemente, teve uma comissão para tratar desse assunto, em Porto Velho, há cerca de quinze dias e, nenhum dos senhores, representantes dessa casa ou da sociedade que tivesse alguma influência foi consultado. Não foi feita uma audiência pública nem em Porto Velho ou no Amazonas, onde alguém pudesse se manifestar contra ou a favor do PGO. O que se promete para o Madeira é fantasioso. Então, eu acho, que não tem nada que justifique a privatização do rio”, afirmou. Outro ponto enfatizado por Raimundo foi em relação à violência ao longo do Rio Madeira. Ele lembrou que um estudo, feito recentemente, mostrou que uma parcela considerável de moradores ribeirinhos na Amazônia vive sob o domínio de grupos criminosos. Um questionamento feito pelo presidente da Fenavega foi se as empresas que ficarem responsáveis no processo de privatização vão arcar com os prejuízos oriundos dos assaltos ocorridos no rio. “Hoje se o barco quebra no rio Madeira, não tenha dúvida que ele será saqueado. Eu pergunto: nos rios que forem privatizados, quem vai arcar com essas despesas serão os armadores, as empresas ou a população que vai pagar o pato?”, indagou. Privatização O senador Jaime Bagatolli(PL) também participou de forma virtual da audiência pública, onde defendeu a iniciativa do deputado Alan Queiroz, em propor um debate sobre um tema tão importante para Rondônia. Ele também se mostrou contrário a privatização e lembrou que a BR 364 também pode passar pelo mesmo processo. Isso, observou, são ações que irão onerar ainda mais o preço do transporte de cargas. O presidente da Sociedade de Portos Hidrovias do Estado de Rondônia, Fernando César Parente, foi convidado pelo deputado estadual Jean Oliveira, para explanar sobre o tema. Ele afirmou que para o governo de Rondônia, é necessário que a visão do governo federal, em relação a hidrovia do Madeira, seja mais adequada a nossa realidade. “Eu comungo da opinião que essa implantação da hidrovia seja testada e avaliada para, então, ser implementada. Temos também a necessidade de ampliação dos órgãos de fiscalização localizados em Porto Velho, pois, entendemos que o número de fiscais não atende a contento. Eu até enalteço o trabalho feito pela Antaq em Rondônia. Acredito que as informações sobre o assunto ainda são insuficientes”, disse. Garimpeiros A presidente da Cooperativa dos Garimpeiros da Amazônia (Coogam), Tânia Alves, esteve participando da audiência. Ela afirmou que o garimpo existe no rio Madeira desde o final de década de 70, sendo fonte de renda para famílias, porém, nunca foi respeitado. “O garimpo sempre foi atropelado em nome da melhoria nacional. Foi assim, com a entrada das usinas hidrelétricas e, agora, mais uma vez, surge o Plano de Outorga Hidroviário que desrespeita o garimpo. A única menção que vi nesse plano sobre o garimpo foi o de que somos elementos de entrave a hidrovia, como o garimpo ilegal. Mas o garimpo não é ilegal, pois a Permissão de Lavra Garimpeira ainda está ativa. Nós geramos, emprego e renda para o estado”, declarou. Antes de terminar a audiência, o deputado Alan Queiroz, permitiu que as pessoas que estavam no local fizessem perguntas e expressassem os seus pontos de vistas. Texto: Ivanilson Frasão I Secom ALE/RO Foto: Antônio Lucas I Secom ALE/RO Fonte: Assembleia Legislativa de RO Read the full article
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The Battle for Press Freedom
Photo courtesy: Time Magazine
When Covid-19 hits the Philippines, the economy went down. The struggle for life, food to survive and the freedom to know has been crucial. News provides necessary information that we need to be able to understand the virus, to know what are the do's and dont's. But the government deprived this country the freedom to know when they chooses to imprisoned Miss Maria Resa and denying ABS-CBN to renew their franchise amid the Covid-19. "This is a big blow against press freedom in our country and deprived millions of Filipinos of new, entertainment and assistance!" Rodriguez said in a Viber message. (Cepeda, 2020)
There's no exact law that protect and uphold press freedom in the Philippines but there's the 1987 CONSTITUTION OF THE REPUBLIC OF THE PHILIPPINES – ARTICLE III. The Bill on Rights Section five says "No law shall be passed abridging the freedom of speech, of expression, or of the press, or the right of the people peaceably to assemble and petition the government for redress of grievances."
This is the reason why the Philippines is the fifth deadliest country for journalist (Salaverria, 2019) because it's not directed to protect the life and right of every journalist to press freedom disintegrating the media.
President Rodrigo Duterte has personally vowed to put the channel and its subsidiaries out of business, even telling its executives to just sell the company. He earlier also publicly spoke about his ire against ABS-CBN for not airing his political ads during the May 2016 elections, where he eventually won. However, Calida insisted that the case is not motivated by politics. (CNN, 2020)
Photo courtesy: The New York Times
Last May 4 the franchise of ABS-CBN has expired and the government denies for renewal because of the "network’s alleged violations of its franchise, the Constitution, labor and tax laws, and biased reporting and meddling in politics." (Dela Cruz, 2020) "The National Telecommunications Commission has since ordered it to cease its television and radio operations and to stop broadcasting its TV Plus and Sky Direct channels." (Cepeda, 2020)
When the dual citizenship of ABS-CBN chairman emeritus Eugenio “Gabby” Lopez III was questioned, the Department of Justice confirmed he is both Filipino and American. Bureau of Internal Revenue officials also repeatedly told lawmakers that ABS-CBN had been paying the proper taxes in the past two decades. (Cepeda, 2020)
Even the defenders of ABS-CBN in the House of Representative insisted the network deserve a new franchise because the government officials cleared them of any wrong doing. Which is ironic because the government agencies contradicts the allegations of lawmakers.
The hearing ended with 70 votes denying the network for franchise renewal and 11 in favor, two inhibited and one abstained.
Photo courtesy: ABS-CBN
1. Rep. Raneo Abuse
2. Rep. Cyrille Abueg-Zaldivar
3. Rep. Gil Acosta
4. Rep. Atonio Albano
5. Rep. Samantha Louise Alfonso
6. Rep. Juan Miguel Macapagal Arroyo
7. Rep. Cristal Bagatsing
8. Rep. Julienne Baronda
9. Rep. Elpidio Barzaga Jr.
10. Rep. Claudine Bautista
11. Rep. Juan Pablo Bondoc
12. Rep. Antonio Calixto
13. Rep. Prescious Castelo
14. Rep. Joaquin Chipeco Jr.
15. Rep. Ma. Theresa Collantes
16. Rep. Anthony Peter Crisologo
17. Rep. Francisco Datol
18. Rep. Mike Defensor
19. Rep. Paulo Duterte
20. Rep. Faustino Michael Dy
21. Rep. Faustino V. Dy
22. Rep. Ian Paul Dy
23. Rep. Conrado Estrella III
24. Rep. Ria Christina Fariñas
25. Rep.Dan Fernandez
26. Rep. Bayani Fernando
27. Rep. Luis Ferrer IV
28. Rep. Pablo John Garcia
29. Rep. Janette Garin
30. Rep. Sharon Garin
31. Rep. Weslie Gatchalian
32. Rep. Sandro Gonzales
33. Rep. Eduardo Gullas
34. Rep. Bernadette Herrera-Dy
35. Rep. Dulce Ann Hofer
36. Rep. Eleandro Jesus Madrona
37. Rep. Dale Malapitan
38. Rep. Esmael Mangudadatu
39. Rep. Rodante Marcoleta
40. Rep. Eric Martinez
41. Rep. Francisco Matugas
42. Rep. Raymond Mendoza
43. Rep. Roger Mercado
44. Rep. John Marvin Nieto
45. Rep. Jose Fidel Nograles
46. Rep. Jericho Nograles
47. Rep. Henry Oaminal
48. Rep. Joseph Stephen Paduano
49. Rep. Wilter Palma II
50. Rep. Enrico Pineda
51. Rep. Jesus Crispin Remulla
52. Rep. Strike Revilla
53. Rep. Yedda Romualdez
54. Rep. Ferdinand Martin Romualdez
55. Rep. Xavier Jesus Romualdo
56. Rep. Deogracias Savellano
57. Rep. Frederick Siao
58. Rep. Jose Singson Jr.
59. Rep. Jose Antonio Sy-Alvarado
60. Rep. Alyssa Sheena Tan
61. Rep. Sharee Ann Tan
62. Rep. Arnolfo Teves Jr.
63. Rep. Abraham Tolentino
64. Rep. Allan Ty
65. Rep. Christian Unabia
66. Rep. Rolando Valeriano
67. Rep. Luis Villafuerte Jr.
68. Rep. Camille Villar
69. Rep. Eric Yap
70. Rep. Divina Grace Yu
11 voted in favor for networks franchise renewal:
1. Rep. Sol Aragones
2. Rep. Christopher De Venecia
3. Rep. Carlos Zarate
4. Rep. Gabriel Bordado
5. Rep. Vilma Santos
6. Rep. Lianda Bolilia
7. Rep. Jose Tejada
8. Rep. Bienvenido Abante
9. Rep. Stella Quimbo
10. Rep. Mujiv Hataman
11. Rep. Edward Maceda
Rep. Alfred Vargas and Rep. Micaela Violago inhibited from voting. Rep. Alfredo Garbin Jr. abstained.
Photo courtesy: Philstar News
Reference
Cepeda, M. July 10, 2020. Rappler.com. Retrieved from
GOV.PH. Official Gazette. Retrieved from
https://www.officialgazette.gov.ph/constitutions/the-1987-constitution-of-the-republic-of-the-philippines/the-1987-constitution-of-the-republic-of-the-philippines-article-iii/#:~:text=No%20law%20shall%20be%20passed,prohibiting%20the%20free%20exercise%20thereof.
PFA. 2020. Philippine Franchise Association. Retrieved from
Dela Cruz, D. July 8, 2020. The Manila Times. Retrieved from
CNN. February 10, 2020. CNN Philippines. Retrieved from
Rubio, B. July 10, 2020. Philstar Global. Retreived from
Salaveria, L. December 2019. Inquirer.Net. Retreived from
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Episode 55 of Pulang Araw is by far the most heart-wrenching episode throughout the series. Teresita watching in horror as the other women are being violated, the fear in her eyes as she realizes why the Japanese soldiers abducted her, and the heartache of not being able to do anything (even free herself). The screams of pain and agony of the comfort women as they were continuously defiled by these disgusting monsters was just so painful to watch. I hope these rapists are burning in hell and are suffering a million times more, they don't deserve any ounce of respect or forgiveness. But these women deserve justice.
#netflix#gma 7#pulang araw#sanya lopez#barbie forteza#dennis trillo#alden richards#david licauco#ashley ortega#rochelle pangilinan#teresita borromeo#adelina dela cruz#eduardo dela cruz#yuta saitoh#hiroshi tanaka#sr. manuela apolonio#amalia dimalanta-torres
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Por uma ‘filosofia com as pessoas dentro’ no tempo do antropoceno
Inicio com uma pequena história: É manhã de um dia como qualquer outro no interior do estado de Minas Gerais, região sudeste do Brasil¹. A data, aqui, é impossível precisar, talvez fim da década de 30 ou início da de 40. Crianças de idades distintas dividem uma pequena sala, construída de pau a pique (um tipo construção precária, resultado do entrelaçamento de bambus e barro) com sua única professora. A rotina dá lugar ao pavor: um barulho assombroso toma conta do espaço miserável feito escola. Num misto de curiosidade e pânico, professora e alunos saem para ver o que é, afinal, o desconcertante som. Na mesma rapidez, e agora envoltos em pânico, retornam para o interior do lugar. A professora, em reação imediata, recomenda que todos se abriguem por debaixo das mesas: no céu desponta um objeto em forma de cruz, e na medida em que a peça se aproxima, o barulho só faz aumentar. Só depois de minutos que o estrondo não podia mais ser ouvido, que os corpos miúdos puderam sair de seus refúgios e, mais tarde, retornar aos seus lares. Anos mais tarde, e com a chegada de novas notícias, se dão conta que o objeto era, na verdade, um avião que fazia seu trajeto pela região e que, logo, não se tratava do esperado apocalipse.
A relato acima descrito fora feito por minha avó paterna, Maria José, durante minha infância. Rindo do que dizia ser ignorância dela, fazia saber, a mim e a quem quisesse ouvir, essa e outras histórias. Entretanto, e apesar de o caso narrado não ter sido, em si, o fim do mundo, não é possível dizer o mesmo sobre a vida da narradora original: Maria José, semi-analfabeta, casou-se aos 16 anos e teve 12 filhos². Até que a doença e morte de seu marido exigisse o êxodo rural, quando o mais novo dos filhos (meu pai) tinha 17 anos, Maria José e toda sua família vivia de uma mísera parte do muito que produziam para seus patrões. Após o êxodo, passou a vida como boia-fria em plantações de café. Próxima à sua morte, ocorrida em 2009, e já acometida pelo que mais tarde se descobriu ser uma severa leucemia (que a causara feridas pelo corpo), Maria José foi chamada para um dia de trabalho doméstico em uma fazenda da região. Recebeu, ao fim desse dia, dois litros de leite que foram colocados em uma garrafa PET. Dois litros de leite e nada mais.
Maria José, que teve medo do fim vindo do céu, talvez nunca pudesse imaginar que a ela não coube o mundo, tal como muitos do ocidente moderno o conhecem. Mas ela não foi a única: espalhados desde as mutiladas florestas tropicais até os subúrbios das megalópolis internacionais, inumeráveis populações e espécies vivas, humanas e não-humanas, dos séculos que nos antecedem e do presente que vivemos, talvez viveram e vivam mesmo somente o “fim”. São os que, em comunicação, Juliana Fausto (cf. 2014) chamou de “desaparecidos do Antropoceno”. Desses desaparecidos, “subversivos pelo desacordo entre seu modo de vida e aquele único aceito pelo poder que se impõe sobre eles” (ibid.: 3), alguns são, agora, vistos com atenção: relatório recentíssimo do Intergovernmental Science-Policy Platform on Biodiversity and Ecosystem Services, da Organização das Nações Unidas, (IPBES/ONU, 2019) dá conta que ao menos um milhão de espécies correm o risco de serem extintas já nos próximos anos.
O alerta só faz confirmar a proposição de um novo tempo³, bem como o colapso climático e ecológico que presenciamos: tempestades e estiagens anômalas em todo globo, derretimento de geleiras, aumento do nível do mar, acidificação dos oceanos, extensiva degradação dos solos e desertificação de áreas inteiras, além de, como mencionado supra, extrema marginalização de populações humanas e extinção de inumeráveis espécies animais e vegetais. Para que se tenha uma ideia, e de acordo com o último relatório do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC/ONU, 2018), se não limitarmos o aquecimento global à meta de 1,5º Celsius, entre 2030 e 2050, os efeitos para o Planeta serão devastadores e irreversíveis. Contudo, de acordo com o Climate Transparency (2018), por meio do documento “Brown to Green”, se mantivermos os mesmos níveis de queima de combustíveis fósseis da atualidade, no fim do século a temperatura média da Terra estará, ao menos, 3,2ºC acima da registrada no início da Revolução Industrial, muito além da meta de 1,5ºC definida no Acordo do Clima de Paris. Em síntese, estamos diante de um tempo em que os velhos fósseis estão a produzir, numa assustadora progressão geométrica, novos fósseis (cf. Haraway, 2014: 10’01”).
A tudo isso, ou seja, às mudanças-tornadas-crise, e como deixei escapar pouco acima, geólogos-feitos-filósofos, propuseram um termo: Antropoceno. “Anthropo”, como já bem sabido, diante do considerável consenso científico sobre a matéria, devido as ações antrópicas intensificadas após a Revolução Industrial, do século XVIII. O termo, e bem apesar da dúvida sobre a persistência do conceito (cf. Haraway, 2016) e de suas armadilhas práticas, de acordo com Bruno Latour (cf. 2014: 12), se usado de maneira sensata⁴, oferece um modo poderoso “de evitar o perigo da naturalização à medida que permite reconfigurar o antigo domínio do social - ou ‘humano’ - em domínio dos Terráqueos ou dos Terranos”, isso porque, o conceito pode nos atentar para a “recusa decisiva da separação entre Natureza e Humanidade, que tem paralisado a ciência e a política desde a aurora do modernismo” (ibid.: 13). Em suma, o termo, como defende o autor, enquanto híbrido que mistura geologia, filosofia, teologia e ciência social, é (i) a melhor alternativa que temos para sair da noção de modernização e, seu uso serve principalmente, enquanto (ii) um toque de despertar. (cf. loc. cit.)
De tal maneira, são diante dessas pontuações que coletivos científicos de diversos países vêm se dedicando ao empreendimento de dar respostas ao que mais acima chamei de mudanças-tornadas-crise⁵. Por vezes denominadas de “ciências do Antropoceno”, tais coletivos reúnem pesquisadores e pensadores das mais distintas áreas, da biologia à geologia, da física às engenharias, da climatologia à meteorologia, ou ainda, da ciência política à economia, da sociologia à história, e, inegavelmente, da filosofia à antropologia. Seus problemas de pesquisa vão desde as questões diretas, que nos levaram a tal crise, até mesmo às possíveis soluções a este momento. Figuram, em tal cenário, reflexões sobre o capitalismo selvagem, os impactos planetários de inúmeras ações encampadas pelos países ricos e, ainda, questões que envolvem as populações autóctones e/ou tradicionais, seja tomando-as como vulneráveis ou como portadoras de uma opção prática às desvitalizadoras ações ocidentais modernas.
É a partir disso, então, que, especialmente na antropologia, um conceito entra em jogo: o de simetria. Como bem sabido, a ideia de uma antropologia simétrica, elaborada por Bruno Latour, ganhou, nas últimas décadas, enorme importância dentro e fora da antropologia acadêmica. Por meio do que muitos chamam de uma “antropologia do mundo moderno”, Latour (1991 [2013]), ao questionar o que seriam os próprios pressupostos constitutivos de um mundo dito “moderno”, propõe, à disciplina, uma reunião do que denomina formas modernas e não-modernas de conhecimento, bem como o rompimento da separação entre natureza e cultura, coisas e pessoas. Em sua proposição inicial, denuncia que a própria antropologia, em suas conjecturas até então vigentes, ao saber “mais sobre os achuar, os arapesh, ou os alladians do que sobre nós mesmos” (ibid.: 114) demonstraria sua impossibilidade em seguir o que chama de “redes”. Segundo o mesmo autor, essas redes seriam sínteses definidoras na própria caracterização dos povos ditos Modernos (em maiúsculo) e dos não-modernos. Sinteticamente, a diferença entre ambos se concentraria em uma dita diferença de escala, ou seja, na diferença do comprimento das redes sociotécnicas tomadas por esses dois regimes dos coletivos.
Dessa forma, competeria à antropologia dita [triplamente (cf. ibid.: 101)] simétrica, explicar (i) “com os mesmos termos as verdades e os erros”, (ii) estudar “ao mesmo tempo a produção dos humanos e dos não-humanos” e (iii) ocupar uma posição intermediária (no meio) “entre os terrenos tradicionais e os novos, porque suspende[ria] toda e qualquer afirmação a respeito daquilo que distinguiria os ocidentais dos Outros” (loc cit). Para o autor, essa proposição causaria à antropologia uma perda do exotismo ao mesmo tempo que ganharia “novos terrenos” que a permitiria “estudar o dispositivo central de todos os coletivos, até mesmo os nossos”. A análise das redes, em suma, e diante de tal cenário, estenderia a mão à antropologia e lhe ofereceria “a posição central que havia preparado para ela” (op. cit.) De tal maneira, o exotismo “moderno” consistiria, unicamente, em tomar os supramencionados comprimentos das redes (“mais ou menos longas, mais ou menos conectadas”) como aquilo que definiria o nosso mundo e que nos tornaria distintos de todos os outros. (ibid.: 120) Para tanto, na reconstituição da Constituição “não-moderna” (cf. ibid.: 137), dos “Modernos”, que jamais o fomos, deveríamos, na opinião de Latour, preservar as longas redes criadas por esses, redes essas que seriam, para ele, um avanço histórico inegável.
É tendo isso em mente que, antes de continuar, imagino ser necessário rememorar e corroborar, telegraficamente, as críticas que recaem sobre o egrégio autor. Começo por onde estamos: como estabelecem Déborah Danowski e Eduardo Viveiros de Castro no fundamental Há Mundo Por Vir? (2017), a definição mesma de Antropoceno consiste no fenômeno do colapso das magnitudes escalares (cf. ibid.), justamente porque como muito bem acentua Strathern (2017: 268ss), o poder de tais redes, a saber, o de estabelecer conexões infindáveis e duradouras que tratariam igualmente natureza e cultura, coisas e pessoas, é também o seu problema, uma vez que, teoricamente, elas não têm limites⁶. Na opinião de Strathern, portanto, é necessário que se reconfigure relações (cf. ibid.: 201 ss) e escalas (cf. ibid. 225ss), [re]compreenda as novas modernidades (cf. ibid. 287ss), e, enfim, se corte as redes (op. cit.). Essa última empreitada, na opinião da autora, não se configuraria como algo inédito aos euro-americanos, uma vez que as mesmas já o são feitas ou delimitadas na própria ideia de posse, de pertencimento e propriedade (loc. cit.).
Creio ser importante pontuar também aqui a constante separação feita por Latour entre Modernos e não-modernos. Seguindo as exatas alertas postas Viveiros de Castro (2016), ainda que ao revés do que prega o próprio Latour, tais conceitos se veem constantemente imbricados num viés evolucionista que torna a noção “não-moderna” como sendo quase sinônima de primitivo, atrasado, ou subdesenvolvido. Isso chama ainda mais atenção quando esses próprios ditos não-modernos, são, agora, “chamados a vir em socorro dos velhos Modernos subitamente extenuados, acossados como se acham, de um lado, pelos novos Modernos do Oriente, [...] e, de outro, pela ‘intrusão de Gaia’” (ibid.: 2). Como já tentei demonstrar no início deste ensaio, são chamados porque “desta vez, as coisas podem acabar mal para todo mundo, em toda parte, de um modo ou de outro” (D & EVC, 2017: 130 ss). Em questão de redes ou de modernidades, é preciso dizer, Latour não “parece estar preparado, ele, para encarar de frente a situação altamente provável que sejamos nós, os povos do Centro, [...] que tenhamos muito em breve que baixar a bola [ou repensar nas redes], reduzindo a escala de nossos confortáveis modos de vida” (loc. cit.).
Mas tendo dito o que não aproveitar, ou melhor, o que ter cuidado ao tentar aproveitar, é preciso dizer o que é fundamental para gozar da inegável contribuição de Latour à antropologia como um todo: isso porque, se levarmos a noção de simetria às últimas consequências, ou seja, se a levarmos a sério, tomando-a, ela própria, como instrumento para que baixemos a bola, não só as pontuações supra são definitivamente registradas, como seus ensinamentos outros são perfeitamente assimilados. Justamente porque, como nos contempla o próprio autor, é preciso “tornar-se capaz de enfrentar não as não crenças que não nos tocam diretamente [...] mas sim os conhecimentos aos quais aderimos totalmente.” (Latour, 1991 [2013]: 91). Isso porque, como o próprio Latour coroa, o princípio de simetria restabelece “a continuidade, a historicidade e, vale lembrar, a justiça” (ibid.: 93). Em suma, se é possível fazê-lo aqui, através da simetria, precisamos traçar, “ao mesmo tempo” a dimensão “Moderna” e a dimensão “extra-moderna”⁷, “desdobrar a latitude e a longitude que irão permitir o traçado de mapas adaptados aos trabalho de mediação e purificação” (ibid.: 76).
Mas o que seria, afinal, “levar a sério” a ideia de simetria nos casos que aqui discuto? Utilizo, de maneira levemente modificada [ou perspectivamente torcida], uma expressão disposta por Eduardo Viveiros de Castro (cf. 2002b). Na proposição inicial, o autor sugere, ao fazer alusão à sua proeminente teoria do Perspectivismo Ameríndio, ou Multinaturalismo, (cf. 1996, 2009 [2018]), que tomemos como teoria o que nos dizem nossos interlocutores de pesquisa, nossos “nativos”, ou ainda, que saibamos transformar as concepções em conceitos, extraí-los delas e devolvê-los a elas (EVC, 2002: 128). Como conceito o autor denomina “uma relação complexa entre concepções, um agenciamento de instituições pré-conceituais” onde, no caso da antropologia, “as concepções em relação incluem, antes de mais nada, as do antropólogo e as do nativo - relações de relações.” (loc. cit.). Levar a sério, portanto, é tomar o pensamento nativo como “atividade de simbolização ou prática de sentido” (cf. ibid: 128ss). Para usar um dos exemplos dados pelo próprio autor: no multinaturalismo, dizer que os pecaris são humanos “não nos ‘diz’ nada sobre os pecaris, mas muito sobre os humanos que o dizem” (cf. ibid.: 132ss) e que, portanto, reduzir o interlocutor indígena “a um discurso que ‘fala’ apenas de seu enunciador é negar a este sua intencionalidade e, de quebra, é obrigá-lo a trocar o seu pecari por nosso humano.” (cf. loc. cit. ss)
Qual seria a torção de perspectiva, portanto? Ora, simetricamente, e duplamente, (i) a de tomar os diversos coletivos científicos acima mencionados como nativos, e de, sendo nativos, (ii) levá-los, antropologicamente, enquanto coletivos, a sério, ou seja, tomar suas concepções (entre elas, homem, ciência, mundo e fim) enquanto conceitos. Essa postura, creio eu (é uma aposta), pode (i) apontar para as assimetrias nas quais estamos imbricados e que não podemos ver por estarmos perto demais, ou por simplesmente imaginar que o estamos, bem como, por isso mesmo, (ii) ajudar-nos a cruzar a fronteira entre o que chamamos ser pessoas e coisas, modernos (agora em minúsculo) e extra-modernos. De fato, nosso presente é o Antropoceno, esse é o nosso tempo (D & EVC, 2017: 20), mas é preciso, enquanto há tempo, resistir a ele. Resistir tomando nossos coletivos científicos com as pessoas dentro [“with the people in”] (Ingold, 1992, 2014), ou seja, (i) recordando daqueles, que como Marias Josés, Cintas Largas e os mártires de barragens, viveram o fim em sua integridade e que, por um motivo ou por outro, tiveram seus fins ignorados, bem como (ii) reconstruindo categorias considerando as cosmopolíticas (Stengers, 2018) e [contra-]ontologias dos ditos povos menores. (EVC, 2016) Quem sabe, assim, confirmaremos que a vida repete a teoria (Peirano, 2008).
¹ O presente ensaio foi aceito para apresentação no XVIII Congreso Interamericano de Filosofía, realizado no mês de outubro de 2019 na cidade de Bogotá, Colômbia, sob o título “For a ‘philosophy with the people in’ in anthropocene time”. Entretanto, a falta de recursos que abatera o Estado brasileiro, dentre outros problemas, impediu que o mesmo fosse devidamente defendido.
² Utilizo essa menção para fazer uma homenagem, ainda que miúda, àqueles que me trouxeram e me fizeram no mundo. Homenageio meu pai, Hélio Humberto da Cruz, que é uma das mentes mais transparentes e geniais que tenho ciência, apesar de não ter tido a oportunidade e o direito de ter concluído sequer seu ensino fundamental. Filho caçula, aos 14 anos, e diante do grave adoecimento de seu pai, meu avô (a quem foi negado um serviço de saúde público e de qualidade), foi obrigado a tornar-se o responsável pelo restante da família. Perdeu sua juventude no calor do sol do cerrado mineiro, mas ganhou e continua ganhando a admiração de quem quer que o encontre. Homenageio também minha mãe, Geralda Emília Cunha Cruz, que perdeu o pai aos dois anos de idade e enfrentou, já na primeira infância, a fome e o abandono ao lado de seus irmãos e mãe (cardíaca que também foi negado o acesso à saúde). Marcada nas costas com sinais de violência de quando ainda era uma menina, voltou à escola, concluiu os ensinos fundamental e médio por meio do programa de educação de jovens e adultos, o EJA, cursou o magistério e hoje, aos 52, está prestes a concluir o curso superior de pedagogia. Aos meus pais, todas as minhas ações. É para e por eles que aqui estou.
³ “Interestingly, climate change isn’t the strongest argument [for the proposition of a new geological epoch, the Anthropocene]. The strongest argument is biodiversity. Why is that so? Many of the earth’s epochs are defined by sharp changes in fossil record. Something happened to the biology of the planet. [...] in many cases, periods of earth history are defined by abrupt changes in the biological part of the planet. We’re seeing it now. Extinction rates are 100 to 1000 times background level. That’s due to us, of course.” (Steffen, 13’13”, 2010)
⁴ Para Latour (op. cit.), “o Antropoceno pode transmitir o pior - ou o que ainda é pior, transmitir mais do mesmo -; isto é, o movimento de vai e volta entre, de um lado, a ‘‘construção social da natureza’’ e, de outro, a visão reducionista dos humanos feitos de carbono e água, forças geológicas entre outras forças geológicas, ou, ainda, lama e poeira sobre lama e poeira.”
⁵ O faço levando em conta uma advertência feita por Greta Thunberg, de 16 anos, ativista do clima e idealizadora do movimento “Fridays For Future” de greves e manifestações, promovidas por adolescentes, que cobram posições governamentais a respeito da crise climática. Para Thumberg, “ It’s 2019. Can we all now, please, stop saying ‘climate change’ and instead call it what it is: climate breakdown, climate crisis, climate emergency, ecological breakdown, ecological crisis and ecological emergency?” (Disp. em: https://bit.ly/30qBvk7).
⁶ “Se elementos diversos compõem uma descrição, elas parecem tão extensíveis ou intricados quanto é extensível e intrincada a própria análise. [...] E podem-se sempre descobrir redes dentro de redes; é esta lógica fractal que faz de qualquer comprimento um múltiplo de outros comprimentos ou de um elo numa cadeia, uma cadeia em outros elos. E, no entanto, a análise assim como a interpretação, deve ter um fim. deve se realizar como lugar de parada.” (loc. cit.)
⁷ Este conceito sim, uma vez que, ao contrário da ideia de “não-moderno”, o considero, até o momento, epistemologicamente corrigido.
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FAUSTO, Juliana. Os desaparecidos do Antropoceno. Os mil nomes de Gaia, Rio de Janeiro, 2014. Disponível em: https://osmilnomesdegaia.files.wordpress.com /2014/11/juliana-fausto1.pdf >
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O acesso à universidade é o objetivo da maioria dos estudantes que conclui o Ensino Médio. Mas, se ingressar em uma instituição de Ensino Superior, seja ela pública ou privada, já é um desafio para quem estuda em colégios particulares bem-conceituados e voltados para o vestibular, talvez pareça um sonho ainda mais distante para alunos oriundos da rede pública que não puderam contar com um ensino de qualidade. Muitas são as dificuldades encontradas por esses jovens ao longo do caminho, mas isso não significa que esse seja um objetivo impossível. Para realizar o sonho de conseguir uma vaga no curso de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), o estudante Gustavo Almeida, de 25 anos, teve que sair de sua zona de conforto. O jovem que é filho de um porteiro com uma diarista, estudou durante toda sua vida em escolas públicas e, ao concluir o Ensino Médio, sentiu que apenas o que aprendeu na escola não era suficiente para ingressar em uma das melhores universidades do Rio. Em 2011, ao terminar o 3° ano no Colégio Estadual André Mauróis, o estudante decidiu se preparar para as provas do vestibular com ajuda de um curso comunitário. A escolha por um pré-vestibular comunitário se deu, entre outros motivos, pela impossibilidade de pagar por um curso particular, pois a maioria cobra altos valores pelas aulas. Mas, segundo o estudante, em nada deixou a desejar o que aprendeu. Ele conta que sem o curso, tudo teria sido mais difícil: “Sem dúvida, o pré-vestibular me ajudou muito mais do que o Ensino Médio, pois o colégio me ensinava o que é passado no currículo mínimo e nem sempre os professores conseguiam dar fim à matéria. Já o ensino do pré-vestibular era voltado unicamente ao que cai no vestibular, ensinando o que é necessário para fazer uma boa prova”. No ano de 2012, com muito empenho e dedicação, Gustavo obteve um bom resultado no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e conseguiu uma bolsa de 100% para uma universidade privada. Se matriculou e começou a frequentar às aulas, mas seu sonho ainda não tinha se concretizado. Em 2014 resolveu conciliar o estudo das leis, com a Matemática, a Física e a História no pré-vestibular novamente. No ano seguinte, conseguiu uma vaga na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), por meio do sistema de cotas para alunos da rede pública, e cancelou a matrícula na universidade particular. Além de conseguir o que desejava, ele conta que também tomou essa decisão pois o mercado de trabalho tem um olhar muito mais atento para um currículo no qual conste uma universidade pública. “Se voltasse o tempo eu teria feito a mesma escolha, não me arrependo do que fiz, pois a universidade pública abriu meu olhar para o mundo, me fez entrar em contato com todo tipo de pessoa e não somente um grupo de elite, além de me proporcionar assistir às aulas com os professores mais renomados do Direito”. Assim como o estudante, muitos alunos da rede pública têm conseguido realizar o sonho de ingressar no ensino superior. Segundo a professora titular da Universidade Veiga de Almeida e professora adjunta do departamento de relações públicas da faculdade de Comunicação Social da UERJ, Luiza Barbosa da Cruz, graças ao sistema de cotas, o número de estudantes oriundos de escola pública é praticamente igual em universidades públicas e privadas. “A questão é que o aluno da escola pública teve que se esforçar por si mesmo para estar ali, tradicionalmente quando esse estudante chega à universidade, é porque ele é um bom aluno”. Para a professora, um dos motivos que fazem o aluno não estar preparado para o vestibular é o sistema de aprovação compulsória que muitas escolas públicas adotaram por muitos anos. “Essa aprovação empurra o aluno para terminar o segundo grau. Ele vai terminar o Ensino Médio mas não em boas condições, e se quiser ter chances de passar para um vestibular, seja na universidade pública ou privada, ele vai ter que se virar muito sozinho para ser aprovado”. Mas se as escolas públicas deixam a desejar em sua qualidade de ensino e enfrentam precariedade na infraestrutura e pouca ou quase nenhuma condição de trabalho para professores, as universidades públicas estão indo na contramão desta realidade. Elas inclusive batem as faculdades privadas no quesito “qualidade de aprendizado” nos rankings nacionais. Uma pesquisa realizada em 2017 pelo Rank Universitário Folha (RUF) mostra que entre as cinco melhores universidades do Rio de Janeiro, quatro delas são públicas: Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ); Universidade Federal Fluminense (UFF); e Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). O graduando em Direito, Gustavo pôde vivenciar as duas realidades e opina sobre as diferenças de ensino entre as instituições. “Na universidade privada, pelo menos no meu curso, o professor ensinava determinada matéria, escrevia no quadro e exatamente aquilo era cobrado na prova. Na Pública, o que nos é passado em sala de aula é apenas um complemento do que iremos encontrar nos livros que devemos ler se quisermos alcançar os melhores resultados nas provas. Desse modo, percebo que a universidade pública nos faz ir além do que é ensinado, enquanto que na privada o didática é mais ‘mastigada’ ” . Já a professora Luiza, que leciona nas duas instituições, diz não ver hoje, em 2018, grandes diferenças entre as universidades públicas e privadas. “Com relação à qualidade dos professores, as universidades privadas nos últimos 20 anos se aprimoraram muito, e hoje tem tantos mestres e doutores quanto as universidades públicas, principalmente nas grandes capitais”. Ela conta também que, apesar do que é mostrado na mídia em relação à infraestrutura desconfortável das faculdades públicas, muitas delas têm, nas áreas tecnológicas e de ciências médicas e biológicas, laboratórios bem equipados e sofisticados, oriundos de investimentos e convênios com instituições do exterior, enquanto que nas particulares, as salas mais bem equipadas estão na parte de ciências sociais e humanas. Contudo, as universidades privadas são a opção de muitos alunos que fizeram o Ensino Médio na rede pública. Como é o caso da recém-formada em Administração pelo Instituto Brasileiro de Medicina e Reabilitação (IBMR), Luciana Carvalho, de 23 anos. Moradora da Zona Oeste do Rio, a jovem estudou do Primário ao Ensino Médio em escolas públicas e, ao chegar no Segundo Grau, precisou procurar por colégios longe de sua casa para conseguir um ensino de qualidade. “Em comparação com outros colégios públicos, eu poderia até dizer que ele estava um pouco acima, mas ainda estava bem abaixo do que se espera de uma educação de boa qualidade. Tive alguns tempos vagos por falta de professores, e faltava tempo para aplicar a matéria da forma desejada por eles também. As salas tinham em média 40 alunos, o que dificultava a aplicação da matéria”. Por todos esses motivos, a jovem diz não ter tido uma boa base para o vestibular. Como Gustavo, Luciana resolveu fazer um pré-vestibular para complementar seus conhecimentos e poder competir de igual para igual com outros estudantes. Ela conseguiu um desconto em um curso particular bem-conceituado, que seus pais podiam pagar, e não perdeu tempo. Em 2014, ao fazer a prova do ENEM, passou para a universidade privada, com auxílio do Programa Universidade para Todos (ProUni). A universidade pública era sua primeira opção, mas a jovem não quis perder a chance. “Vendo a oportunidade de ingressar na faculdade particular sem custos de mensalidade, fiz essa opção e preferi não arriscar, já que no ano seguinte eu não estava mais no pré-vestibular”. Para muitos alunos da rede pública, como Luciana, estudar para o vestibular não fazia parte da cultura escolar. A agora administradora diz que o ensino dado nas escolas públicas é defasado, tanto pela falta de material e infraestrutura, quanto pela escassez de professores, que, em sua opinião, são bons, mas não recebem o incentivo necessário para exercerem suas funções de maneira eficiente. Ela fala também sobre as diferenças que sentiu ao ingressar em uma universidade privada: “No primeiro dia de aula, o professor pediu que os alunos se apresentassem e para que os beneficiados pelo ProUni falassem na apresentação que faziam parte do programa. Ao fim, ele disse que cobraria mais de nós porque ele também estava pagando nosso ensino”, lembra Luciana. Os programas do governo na prática O ProUni, ao qual o professor se referiu, é uma iniciativa do governo brasileiro, criada em 2004, que oferece bolsas de estudos integrais e parciais em faculdades particulares para estudantes de baixa renda que ainda não tenham o nível superior. Os alunos, candidatos a uma bolsa, são classificados usando como critério o desempenho deles no ENEM, e precisam ter renda familiar mensal de até três salários mínimos por pessoa. Além do ProUni, o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) é outro benefício que pode ser usado pelos estudantes, neste caso não só os oriundos de escola pública. Criado em 1999 pelo Ministério da Educação (MEC), o FIES tem como objetivo subsidiar as mensalidades em cursos de graduação para estudantes que estejam regularmente matriculados em instituições privadas de educação superior. O financiamento permite que os estudantes paguem as mensalidades financiadas após o fim do curso e dependendo do caso, as prestações não podem comprometer mais que 10% da renda familiar. Desde 2005, o FIES também pode ser utilizado por bolsistas parciais do ProUni. A intenção é beneficiar prioritariamente pessoas de baixa renda. Apesar destas “vantagens” que o governo oferece aos estudantes de escola pública para que ingressem no Ensino Superior, alguns optam por seguir outros caminhos. “Acho o ProUni e o FIES ótimos projetos, e posso optar por eles, mas prefiro assumir minhas responsabilidades, já que tenho emprego, e deixar essa oportunidade para quem realmente precisa”, diz Eduardo Souza, de 24 anos. O jovem, que cursa atualmente Gestão Comercial no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), diz que não se preparou para o vestibular por não gostar do Ensino Superior e ter uma visão mais empreendedora. Ele acredita que trabalhando no próprio negócio, pode conseguir resultados melhores do que muitas pessoas que têm diploma. Ao concluir os estudos, Eduardo já estava empregado e acreditando que aquele seria o emprego de sua vida. Não foi. Optou pelo Ensino Tecnólogo para colocar em prática o que aprende e por não se enxergar dentro de uma universidade durante quatro ou cinco anos. Ele diz que as escolas públicas não dão base para os estudantes se prepararem para o mercado de trabalho, e que mesmo no ensino público existem diferenças. “Temos um modelo de escolas muito diferentes. Há algumas muito boas e outras muito ruins. Os investimentos na educação primária são escassos e os alunos chegam ao Ensino Superior sem uma base sólida para seguir adiante. Por experiência própria, as escolas em que estudei na Barra eram muito mais bem preparadas do que as de Copacabana, por exemplo”. Quem também optou por seguir outros caminhos, que não o ensino superior, foi a gerente administrativa Marcella da Cruz Lacerda, de 45 anos. Atualmente trabalhando em uma clínica dermatológica, ela conta que teve um Ensino Médio razoável. “Fiz o Curso Normal (para formação de professores de 1ª a 4ª séries), e por esse motivo algumas matérias como Física, Química e Biologia foram dadas superficialmente, só o básico mesmo. No Curso Normal as matérias eram basicamente pedagógicas, matérias específicas para a formação de professores, mas que não ajudam em nada a pessoa que pretende fazer vestibular para outras profissões”. Ela conta que não se preparou para o vestibular pois pretendia seguir na carreira de professora, e por achar que não tinha base de conhecimento suficiente para disputar uma vaga em uma universidade federal com alunos de colégios particulares. A universidade particular também ficou de lado pela falta de condição financeira. Decidiu então, seguir pelo caminho que era sua única opção na época: trabalhar. “Fiz alguns cursos técnicos, mas acabei não seguindo os caminhos a que eles me conduziriam. Eu me arrependo de não ter estudado mais, de não ter insistido mais, mas não me arrependo de ter desistido para trabalhar” Assim como Marcella, muitas pessoas adiam ou desistem da faculdade devido à falta de condições financeiras. Segundo dados de uma pesquisa feita em 2015 pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) 62% dos jovens não ingressam na faculdade pois não podem pagar a mensalidade, e 14% por não obter bolsa ou financiamento estudantil. Quando a gerente administrativa concluiu seu Ensino Médio, os programas do governo ainda não tinham sido criados, mas ela acredita que eles são uma boa oportunidade, já que o ensino nas escolas públicas em sua opinião é ruim e estagnado. As universidades e a utilização das cotas O sistema de cotas é uma ação do governo brasileiro que consiste na reserva de vagas das universidades públicas para determinados grupos da sociedade. Apesar de ter ganhado uma grande visibilidade a partir da sanção da Lei n° 12.711 de 2012, esse sistema existe no Brasil desde o início dos anos 2000 e foi criado para que negros, índios, deficientes, estudantes de escola pública, de baixa renda entre outros, pudessem ter acesso ao Ensino superior. As reservas de cotas são divididas de duas maneiras. A primeira é a cota social, que consiste na reserva de 50% das vagas em instituições públicas de ensino superior para estudantes que cursaram o ensino médio em escolas públicas. Deste percentual, metade deve ser destinada a candidatos que possuem renda mensal per capita igual ou menor que um salário mínimo e meio e a outra metade para os estudantes com renda maior que um salário mínimo e meio. Já as cotas sociais, também conhecida como ações afirmativas, têm como principal função a reparação de desigualdades econômicas, sociais e educacionais no Brasil e para aumentar a demanda de alunos negros das universidades. 20% das vagas nas instituições são destinas a pessoas que se autodeclaram negros, pardos ou indígenas. Esse sistema ainda é muito discutido no Brasil, pois é um caminho visto por alguns como a redução da exclusão e por outros como uma segunda forma de discriminação. Para a professora Luiza, as cotas são extremamente necessárias. “Em todos os países do mundo em que conseguiram formar uma classe média forte, seja uma classe média negra, ou uma ascensão na pirâmide social de pessoas de classe baixa para classe média, as cotas foram essenciais. Sou totalmente a favor delas”. Segundo ela, em uma pesquisa feita pela UERJ, instituição pública na qual leciona e que é a pioneira neste sistema no país, comprovou que os alunos que entram nas universidades pelo sistema de cotas conseguiriam a vaga de qualquer maneira. A única diferença é que a bolsa concedida pela instituição, no valor de R$450,00, permite que esses alunos permaneçam na universidade. Entre os estudantes, as opiniões sobre o sistema também são variadas. Para o estudante de Gestão Comercial Eduardo Souza (24), as cotas são injustas, apesar das desvantagens que os alunos de escola pública têm em relação aos demais. “A oportunidade é igual para todos, as provas são as mesmas. Em vez do sistema de cotas, sou a favor do reconhecimento dos estudantes de escola pública, que, mesmo com todas as dificuldades, conseguiram ingressar na universidade pública. Trabalharíamos com a inspiração de jovens e não com o vitimismo”. Em contrapartida, a Gerente Administrativa Marcella da Cruz Lacerda (42) diz ser a favor das cotas. “Vivemos num país de muita desigualdade, onde os pobres e negros não têm chance. O ideal seria que todos tivessem acesso a uma educação de qualidade e que não precisassem de cotas, mas enquanto houver esse preconceito com os negros e pobres, o sistema de cotas é importante”. A administradora Luciana Carvalho (23), e o estudante de Direito Gustavo Almeida (25) concordam ao dizer que o sistema de cotas é justo e opinam sobre o que poderia ser melhorado. “Acho justo por não termos o mesmo nível de ensino para competir com estudantes de colégios particulares de forma igualitária. O meu ideal de melhoria seria um bom ensino no qual os estudantes não precisassem de cotas por ter a mesma base de ensino, e que eles pudessem ter acesso a universidade sem precisar passar pelo por vestibular”, afirma Luciana. Gustavo, que é beneficiado por esse sistema, diz que as cotas são uma forma de oferecer igualdade na disputa por uma vaga: “Eu não mudaria muita coisa, gostaria apenas que houvesse uma maior fiscalização para os alunos que solicitam o benefício e não precisam realmente”. Embora ainda existam muitos debates sobre o tema, a verdade é que os programas do governo, sejam eles financiamentos estudantis, programas de incentivos, sistemas de cotas ou bolsas de estudos, estão fazendo com que os jovens, cada vez mais, se interessem pelos estudos e busquem nele um futuro melhor. Não apenas para eles, mas também para toda uma sociedade, pois só com a educação, as pessoas e as comunidades podem ser mudadas e mundo pode se tornar um lugar mais justo e igualitário para todos.
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Assembleia de Rondônia realiza audiência pública sobre a hidrovia do Rio Madeira
A Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia realizou na tarde da última quinta-feira (30), uma Audiência Pública para debater o 1º Plano Geral de Outorgas de Hidrovias de Rondônia. O proponente foi o deputado Alan Queiroz (Podemos). Além do deputado, que coordenou os trabalhos do evento, também compuseram a mesa o presidente da Alero, deputado Marcelo Cruz (Patriota); deputado Jean Oliveira (MDB); promotora de Justiça, Laila de Oliveira Cunha Nunes, pelo Ministério Público de Rondônia; defensor público, Eduardo Guimarães Borges, pela Defensoria do Estado de Rondônia; tenente Melca Dias, pela Capitania Fluvial de Porto Velho; Gilberto Rocha Quintiliano de Sousa, pela Sistema Fecomércio; Tânia Alves , pela Cooperativa dos Garimpeiros da Amazônia(Coogam); Fernando César Parente, presidente da Sociedade de Portos Hidrovias do Estado de Rondônia; presidente da Federação Nacional das Empresas de Navegação Aquaviária (Fenavega), Raimundo Holanda Cavalcante Filho. Deputado Alan Queiroz foi o proponente da audiência (Foto: Antônio Lucas I Secom ALE/RO) De forma virtual também participaram de forma virtual do encontro, o secretário especial de Estudos e Projetos da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), Bruno Pinheiro; senador Jaime Bagatoli(PL) e deputado federal Fernando Máximo(União). O presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, deputado Marcelo Cruz, parabenizou pela iniciativa de Alan Queiroz. Ele afirmou que se impressionou com a quantidade de pessoas que lotaram a Casa de Leis para participar do encontro. Declarou que também será uma voz em favor do setor de mineração de Rondônia. A audiência pública teve como objetivo discutir os assuntos relacionados às ações prioritárias de estudo para concessão das hidrovias do rio Madeira, aprovadas no 25 de outubro desse ano, pela Antaq e pelo Ministério de Portos e Aeroportos. Foi estabelecido pelo levantamento que a exploração das vias navegáveis será feita por concessão ou licitação. Presidente da Alero, Marcelo Cruz (Foto: Antônio Lucas I Secom ALE/RO) Preocupação Foi preocupado com os possíveis impactos que podem surgir dessa decisão, que o deputado Alan Queiroz propôs a realização da audiência. O parlamentar quis debater como as comunidades ribeirinha, a navegação e o transporte de grãos e mercadorias em geral serão afetados por essa medida. A hidrovia possui quase mil quilômetros de extensão entre Porto Velho e a foz dela, no município de Itacoatiara, no Amazonas. Ela é o principal meio de transporte de mercadorias como de passageiros da região. Alan Queiroz deu a palavra para o representante da Antaq, Bruno Pinheiro, para que explicasse a opinião do órgão sobre a hidrovia do rio Madeira. O técnico dividiu a apresentação dele em quatro tópicos diferentes: Plano Geral de Outorgas Hidroviário, A escolha pela priorização do Rio Madeira, Estratégia de Implantação da hidrovia e Cronograma Inicial. Bruno explicou os motivos de se passar a administração da hidrovia do Rio Madeira para as mãos da iniciativa privada. Segundo ele, essa atitude garante mais agilidade na gestão do empreendimento. Além disso, há apoio financeiro para essa iniciativa. “A nossa ideia ao passar para a hidrovia para uma gestão privada é a de que evitaremos limitações decorrentes da lei de licitações em projeto que requer dinamismo e flexibilidade, permite planejamento a longo prazo e nível de serviço mínimo aos usuários, aporte técnico e geração de confiança na hidrovia para a indução de investimentos. Temos também recursos disponíveis da Eletrobras, da ordem de R$ 590 milhões para serem aplicados em 10 anos”, declarou. Navegação Quem também foi convidado pelo deputado Alan Queiroz para fazer uso da palavra foi o presidente da Federação Nacional das Empresas de Navegação Aquaviária (Fenavega), Raimundo Holanda Cavalcante Filho. Ele se mostrou crítico ao processo de passar a gerencia da hidrovia para grupos privados. “Se essa privatização vai trazer algum benefício ou não? A minha resposta, com certeza absoluta, é não! Isso foi feito a quatro paredes. Recentemente, teve uma comissão para tratar desse assunto, em Porto Velho, há cerca de quinze dias e, nenhum dos senhores, representantes dessa casa ou da sociedade que tivesse alguma influência foi consultado. Não foi feita uma audiência pública nem em Porto Velho ou no Amazonas, onde alguém pudesse se manifestar contra ou a favor do PGO. O que se promete para o Madeira é fantasioso. Então, eu acho, que não tem nada que justifique a privatização do rio”, afirmou. Outro ponto enfatizado por Raimundo foi em relação à violência ao longo do Rio Madeira. Ele lembrou que um estudo, feito recentemente, mostrou que uma parcela considerável de moradores ribeirinhos na Amazônia vive sob o domínio de grupos criminosos. Um questionamento feito pelo presidente da Fenavega foi se as empresas que ficarem responsáveis no processo de privatização vão arcar com os prejuízos oriundos dos assaltos ocorridos no rio. “Hoje se o barco quebra no rio Madeira, não tenha dúvida que ele será saqueado. Eu pergunto: nos rios que forem privatizados, quem vai arcar com essas despesas serão os armadores, as empresas ou a população que vai pagar o pato?”, indagou. Privatização O senador Jaime Bagatolli(PL) também participou de forma virtual da audiência pública, onde defendeu a iniciativa do deputado Alan Queiroz, em propor um debate sobre um tema tão importante para Rondônia. Ele também se mostrou contrário a privatização e lembrou que a BR 364 também pode passar pelo mesmo processo. Isso, observou, são ações que irão onerar ainda mais o preço do transporte de cargas. O presidente da Sociedade de Portos Hidrovias do Estado de Rondônia, Fernando César Parente, foi convidado pelo deputado estadual Jean Oliveira, para explanar sobre o tema. Ele afirmou que para o governo de Rondônia, é necessário que a visão do governo federal, em relação a hidrovia do Madeira, seja mais adequada a nossa realidade. “Eu comungo da opinião que essa implantação da hidrovia seja testada e avaliada para, então, ser implementada. Temos também a necessidade de ampliação dos órgãos de fiscalização localizados em Porto Velho, pois, entendemos que o número de fiscais não atende a contento. Eu até enalteço o trabalho feito pela Antaq em Rondônia. Acredito que as informações sobre o assunto ainda são insuficientes”, disse. Garimpeiros A presidente da Cooperativa dos Garimpeiros da Amazônia (Coogam), Tânia Alves, esteve participando da audiência. Ela afirmou que o garimpo existe no rio Madeira desde o final de década de 70, sendo fonte de renda para famílias, porém, nunca foi respeitado. “O garimpo sempre foi atropelado em nome da melhoria nacional. Foi assim, com a entrada das usinas hidrelétricas e, agora, mais uma vez, surge o Plano de Outorga Hidroviário que desrespeita o garimpo. A única menção que vi nesse plano sobre o garimpo foi o de que somos elementos de entrave a hidrovia, como o garimpo ilegal. Mas o garimpo não é ilegal, pois a Permissão de Lavra Garimpeira ainda está ativa. Nós geramos, emprego e renda para o estado”, declarou. Antes de terminar a audiência, o deputado Alan Queiroz, permitiu que as pessoas que estavam no local fizessem perguntas e expressassem os seus pontos de vistas. Texto: Ivanilson Frasão I Secom ALE/RO Foto: Antônio Lucas I Secom ALE/RO Fonte: Assembleia Legislativa de RO Read the full article
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Bilhete Único Municipal do Rio passa a valer por até três horas
Rio - Usuários do Bilhete Único Municipal terão mais 30 minutos para pegar dois ônibus, sem ter que gastar a mais por isso. O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) determinou como válida a lei que estende para 3 horas o limite da integração municipal. Antes, o bilhete único era válido por 2h30.
Vagner Escobar, técnico em Engenharia Clínica, 27, comemorou os 30 minutos a mais. "Uso o Bilhete Único todos os dias para trabalhar, e aumentar essa meia hora vai me beneficiar. Pego a Avenida Brasil, e às vezes o trânsito é bem congestionado. Esse acréscimo vai fazer toda a diferença", afirmou o técnico.
Morador de Campo Grande, o vendedor Guilherme Eduardo, de 23 anos, estuda usar com mais frequência o Bilhete Único, com o aumento do horário de integração. "O transporte público onde moro têm valor promocional no dinheiro, e eu aproveitava. Mas usarei mais o bilhete único também, porque é vantajoso para mim. Eu preciso de duas conduções para chegar em casa, e vou pagar por uma só".
Com fiscalização, 50 linhas de ônibus deverão reforçar a frota
A Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) começa a fiscalizar nesta segunda-feira (4) a frota de ônibus de algumas das principais linhas da cidade. A intenção é que a partir do dia 18, 50 linhas seja monitoradas, e os consórcios serão multados caso não coloquem nas ruas o número de ônibus determinados para o dia a dia.
O monitoramento e o modelo de autuação é através de uma ferramenta que monitora do GPS dos veículos. Os dashboards, ou painéis, informam a localização dos ônibus e permitem saber se as empresas estão operando com a frota reduzida, ou colocaram nas ruas todos os ônibus possíveis.
Segundo a SMTR, das 496 existentes no Rio, somente 107, ou 21,7% delas, rodam com a frota e a frequência determinadas por contrato. Outras 174 linhas estão inoperantes - representam 35,2% -, e 212 linhas - 43,1% - operam de maneira irregular.
A intenção da secretaria é ampliar a fiscalização por etapas: a partir do dia 1º, mais 47 linhas farão parte do sistema. Na terceira etapa, a partir do dia 15 de novembro, todas as linhas de ônibus da capital fluminense serão fiscalizadas.
As 50 primeiras linhas que terão a frota fiscalizada pela Secretaria Municipal de Transportes:
50 primeiras linhas: 864 - Bangu - Campo Grande 371 - Praça Seca - Praça Tiradentes 565 - Tanque - Gávea 309 - Alvorada - Central 606 - Engenho de Dentro - Rodoviária 624 - Mariópolis - Praça da Bandeira 878 - Tanque - Barra da Tijuca 639 - Jardim América - Saens Peña 232 - Lins - Castelo 790 - Campo Grande - Cascadura 774 - Madureira - Jardim América 629 - Irajá - Saens Peña 838 - Jardim Maravilha - Campo Grande 483 - Penha - General Osório 298 - Acari - Castelo 315 - Central - Recreio dos Bandeirantes 343 - Jardim Oceânico - Candelária 557 - Rio das Pedras - Copacabana 363 - Vila Valqueire - Candelária 249 - Água Santa - Carioca 550 - Cidade de Deus - Gávea 328 - Bananal - Candelária 918 - Bangu - Irajá 721 - Vila Cruzeiro - Cascadura 312 - Olaria - Candelária 324 - Ribeira - Candelária 900 - Merck - Downtown 108 - Jardim de Alah - Rodoviária 497 - Penha - Cosme Velho 220 - Usina - Candelária 779 - Pavuna - Madureira 954 - Taquara - Recreio 399 - Pavuna - Passeio 463 - São Cristóvão - Copacabana 805 - Alvorada - Jardim Oceânico 292 - Engenho da Rainha - Castelo 712 - Cascadura - Irajá 390 - Curicica - Candelária 756 - Santa Cruz - Coelho Neto 905 - Bonsucesso - Irajá 548 - Alvorada - Metrô Botafogo 794 - Cascadura - Bangu 621 - Penha - Saens Peña 394 - Vila Kennedy - Tiradentes 793 - Pavuna - Sulacap 770 - Campo Grande - Coelho Neto 812 - Carobinha - Bangu 840 - São Fernando - Campo Grande 412 - Saens Peña - Gávea 897 - Paciência - Pingo d'Água
https://onilopolitano.com.br/bilhete-unico-municipal-do-rio-passa-a-valer-por-ate-tres-horas/?feed_id=28324&_unique_id=615b054c814c7
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Dançarina é assassinada na Av. Luis Eduardo; vítima visitava preso integrante do CV
Dançarina é assassinada na Av. Luis Eduardo; vítima visitava preso integrante do CV
Uma mulher identificada como Ana Cláudia Nunes da Cruz, de 29 anos foi assassinada na madrugada desta segunda-feira (06), na Avenida Luís Eduardo Magalhães, imediações da Baixinha de Santo Antônio. De acordo com a Polícia Civil, a vítima e o namorado dela trafegavam de motocicleta pela Avenida Luís Eduardo Magalhães, por volta das 3h13 da madrugada, quando foram surpreendidos por um suspeito…
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Campeonato Brasileiro: Palmeiras vence Vasco e segue firme na vice-liderança
Melhores momentos palmeiras x vasco - Vídeo: melhores momentos de Palmeiras 1 x 1 Vasco - Vasco Notícias
Aos 48 minutos, Eduardo Sasha ainda descontou para o Galo, que chegou palmeiraw segundo gol e ferveu o fim do jogo, que foi até os 50 minutos.
Palpite e prognóstico Palmeiras x Vasco 26/01
Técnico : Vanderlei Luxemburgo. Técnico: Jorge Sampaoli. Campeonato Espanhol pode ter 22 jogadores na Copa América Dodô celebra boa fase do Atlético-MG e agradece apoio do clube para voltar a jogar. Diego valoriza vitória magra do Flamengo no Couto Pereira. Conselho palmieras Santos aprova modelo financeiro para captar recursos de associados. Melhores momentos palmeiras x vasco FC. Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Sport Club Internacional. Joinville Esporte Clube.
Palmeiras e Vasco empatam no Allianz em jogo atrasado da primeira rodada do Brasileirão
Sociedade Esportiva Palmeiras. Ponte Preta. Santos FC. Sao Paulo FC. Sport Club do Recife. Club de Palmeirss Vasco da Gama. Esporte Clube Bahia. Botafogo de Futebol e Regatas. Esporte Clube Vitória. Santa Cruz. Fortaleza Esporte Clube. Futebol Internacional. Liga Espanhola. Ligue 1 - França. Campeonato Português. Mais Esportes. Futebol Americano. Melhores momentos palmeiras x vasco ligado aqui para as repercussões desse jogo.
Uma boa noite e até a próxima! O alviverde finalizou 14 vezes, acertando três delas, contra 13 do Vasco, que também acertou três.
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I know a bubbly character with a kind heart is Barbie's forte, but I wish they added a little something in Adelina's character that would distinguish her from Klay. Watching Adelina is like watching Klay from a different timeline, they basically have the same personality and tbh I don't find her character as interesting as the other main characters (even Dennis Trillo's Yuta Saitoh is way, waaaaay more compelling and partida wala pa siyang masyadong screen time). Her character is the typical FL that you see in many Filipino series and movies, it's not bad...just cliche.
As of now I don't see any difference between Adelina and Klay (I mean what sets one character from the other), except that the former is a rising vaudeville star and she's taken care of by her father, that's it. I hope as the story progresses, we'll see something more and something different from Adelina and Barbie.
#gma 7#suzette doctolero#dominic zapata#alden richards#sanya lopez#barbie forteza#david licauco#dennis trillo#eduardo dela cruz#adelina dela cruz#teresita borromeo#hiroshi tanaka#yuta saitoh#pulang araw
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REGRA PRIMITIVA DA ORDEM DO TEMPLO
Tradução, introdução e notas
Manuel J. Gandra ©
Desta edição fez-se uma tiragem de 250 exemplares, numerados e assinados pelo tradutor-anotador.
Mafra, 1998
INTRODUÇÃO
Não nos dês a nós, Senhor, não nos dês a nós a glória, mas dá-a ao teu nome. (Salmos, CXIII, 9)
Aos infiéis, Senhor, aos infiéis, que eu creio tudo o que podeis. Camões (Os Lusíadas, III, 45)
É indiscutível o vínculo de S. Bernardo ao surgimento canónico da Ordem do Templo, não obstante saber-se não ter sido ele próprio o redactor da sua Regra primitiva. Lê-se, de resto, no § 5 do prólogo da dita: “Eu, Jean Michel, pela graça de Deus, mereci ser o humilde redactor da presente Regra, por determinação do Concílio e do venerável padre Bernardo, abade de Claraval, a quem essa divina tarefa foi cometida” (1).
De duvidosa utilidade será, por conseguinte, invocar a ausência do reformador de Cluny no Concílio de Troyes (2) para promover a sua por vezes alegada indiferença pela definição do estatuto normativo da praxis de uma milícia cujos primórdios acompanhara atentamente.
O empenho que pusera em institucionalizá-la terá decidido o Papa Honório II e o Patriarca de Jerusalém, Estevão, a confiar-lhe a missão de tornar cisterciense a regra agostiniana (a carta 216, posteriormente subdividida em dez capítulos, dirigida pelo bispo de Hipona, Santo Agostinho, a uma comunidade dessa diocese) sob a obediência da qual os Templários haviam vivido desde 1118 (3).
Já a carta panegírico De Laude Novae Militiae (Em louvor da nova Milícia) anda atribuída sem contestação a S. Bernardo (4). Motivada, ao que parece, por solicitação do primeiro Mestre da Ordem e talvez redigida na sequência de uma missiva deste na qual exortava os cavaleiros à humildade e perseverança, uma vez que, face à extrema pobreza a que se haviam votado, os companheiros de Hugo de Payen, durante a ausência deste no Concílio, teriam estado na eminência de abandonar a empresa para se dedicarem à vida contemplativa que consideravam mais perfeita (5).
Seja como for, com o Templo sem dúvida se enceta uma forma renovada de religiosidade. A sua Regra, só definitivamente fixada em 1163, foi concebida em função de uma comunidade indivisa. Os superiores, qualquer que fosse o respectivo grau, representavam a Ordem inteira e não somente uma casa, além de que, por não serem detentores de autoridade ou responsabilidade particulares mas apenas membros de um governo central, ficavam obrigados a submeter para ratificação aos capítulos conventual, regional, provincial ou, em última instância, geral, todos os actos e iniciativas que visassem empreender.
A comenda continua a constituir uma pessoa moral, conservando certa autonomia, quer financeira quer jurídica. Todavia, a recepção de cada novo membro fica, ao invés do que prescrevia a organização beneditina, sob a alçada não dos comendadores locais, mas de um visitador designado pelo Capítulo geral.
Por outro lado, a Ordem aceita duas categorias de irmãos: os regulares (societatis) e os familiares ou donatos (confraternitatis), espécie de ordem terceira (6), na qual D. Afonso Henriques chegou a filiar-se, conforme expressamente declara na confirmação da doação de Soure aos Templários, feita “por amor a Deus, por sua alma, pela dedicação que lhes consagrava e por ser seu confrade” (7).
Muito embora menos raros do que geralmente se supõe, são bastante invulgares os manuscritos consignando o texto da Regra primitiva, para já não referir o dos Estatutos e Definições que a complementavam (8). Frequentemente se justifica tal circunstância pela recolha dos exemplares existentes efectuada em determinada ocasião por um Mestre. A documentá-la, entre outras, a deposição do irmão Géraud de Causse (12 de Janeiro de 1311), no processo instaurado contra o Templo: “[…] vi uma ou duas vezes o Mestre Thibaud Gaudin pedir aos irmãos que fossem detentores de livros relacionados com a Regra da Ordem para que lhos devolvessem. Ouvi dizer e creio que ele mandou queimar alguns, tendo entregue outros aos mais velhos da Ordem e guardado para si os restantes. Os antigos afirmavam que Guillaume de Beaujeu e Thomas Bérard haviam procedido da mesma forma” (9).
Faculto o sucinto repertório dos manuscritos conhecidos, decerto ainda não a totalidade dos subsistentes:
Alemanha
1) Manuscrito de Munique
Divulgado por A. Knaepfler (Die Ordensregel der Tempelherren, in Historisches Jahrbuch, v. 8, 1887, p. 666-695).
2) Manuscrito de Hamburgo
Encontrado por Th. Mertzdorff nos arquivos de uma loja maçónica dessa cidade, a quem fora doado por um tal Dr. Buck. A primeira parte do documento contém a Regra primitiva do Templo com aditamentos redigidos por Mathieu de Tramlay no dia de S. Felix do ano de 1205. A segunda e terceira partes reproduzem o que o seu descobridor considerou ser, em 1877, a Regra Secreta da Ordem, a saber: os Estatutos secretos dos Irmãos Eleitos e o Baptismo do Fogo ou Estatutos secretos dos Irmãos Consolados, obra atribuída a um tal Mestre Rocelin (Rosslin ?), nome ausente de todos os catálogos dos altos dignitários do Templo. São tidas por apócrifas, falsificações maçónicas dos inícios do séc. XIX, destinadas a fundamentar a filiação templária da franco-maçonaria (10).
Bélgica
1) Manuscrito de Bruges
Editado por Alphonse Poorter (Annales de la Société d’ Émulation de Bruges, v. 62, 1912, p. 174198).
Espanha
1) Manuscrito de Barcelona
Texto incompleto dos finais do séc. XIII. Guarda-se nos Arquivos da Coroa de Aragão, tendo sido revelado por Delaville-Leroux, em 1890.
França
1) Manuscrito de Dijon
Da primeira metade do séc. XIII e proveniente de Bures, sede borgonhesa da Ordem doTemplo. Conserva-se na Biblioteca dos Manuscritos dos Arquivos Departamentais da Côte-d’Or. Divulgado por Henri de Curzon (La Régle du Temple, Paris, 1886).
2) Manuscrito de Nîmes
Pertence ao fundo documental da respectiva Biblioteca Municipal.
3) Manuscritos de Paris
São dois e guardam-se na Biblioteca Nacional. Provêm de Saint-Victor (ed. por Maillard de Chambure) e da Biblioteca do Cardeal Mazarino.
Itália
1) Manuscrito de Roma
Arquiva-se na Academia dei Lincei, tendo sido descoberto, em 1785, na Biblioteca do Príncipe Corsini, pelo dinamarquês Friedrich Munter, o qual o editou em Statutenbuch des Ordens der Tempelherren: aus einer altfranz herausgegeben und erlautert (Berlim, 1794), atribuindo-o à segunda metade do séc. XIII (entre 1251 e 1291).
Não consta que subsista no nosso país qualquer manuscrito contemporâneo dos Templários reproduzindo o texto da Regra primitiva, das Definições ou dos Estatutos. Maillard de Chambure assevera que “os cavaleiros do Templo em Portugal possuíam estatutos distintos daqueles por que se regiam os franceses”, acrescentando que “a sua subordinação ao poder civil e o costume de não admitirem senão nacionais, fazia deles uma Ordem diferente” (11).
Contudo, face à inexistência, pelo que se conhece dos arquivos do Templo em Portugal, de um único exemplar que seja desses estatutos distintos, se é que alguma vez chegaram a existir, tais asserções são no mínimo infundamentadas.
Inquestionável é, apesar de tudo, a independência dos templários portugueses relativamente a Citeaux, porquanto no seu juramento o Mestre português designa os cistercienses por “nossos companheiros”, o que permite supor apenas a mera comunhão de propósitos de ambas as instituições
No que se refere à Regra dita secreta, cuja existência é efectivamente sugerida pelo § 661 dos Estatutos (12) e pelas declarações prestadas por alguns irmãos no decurso do processo contra a Ordem (nomeadamente as de Geoffroy de Gonneville, comendador da Aquitânia, e de Raoul de Prelles, cavaleiro da diocese de Laon (13), corroborada pela de Nicolas Symon-Damoiseau, cavaleiro da diocese de Sens (14) ela tem constituído, a par do tardiamente (séc. XVIII) denominado Baphomet, tema para especulações nem sempre despropositadas ou destituídas de bom senso (15).
A presente edição em vernáculo do texto da Regra primitiva da Ordem do Templo é a primeira a transcreve-la na integra (apenas se excluindo o prólogo dela (16)), pois a versão setecentista impressa pelo Doutor Alexandre Ferreira (17) para além de não respeitar quer a redacção original quer a sequência dos seus parágrafos, deixou-a truncada.
NOTAS
(1) Dessubré exprime a opinião de o verdadeiro autor da Regra ser este Jean Michaelensis, o que contraria frontalmente o texto do prólogo. Cf. Bibliographie de l’Ordre du Temple (Imprimés et Manuscrits), Paris, 1928, p. 135-136.
(2) Depreende-se ela de uma carta remetida por S. Bernardo ao cardeal Mateus de Albano, presidente da sessão conciliar de 14 de Janeiro de 1128. Ver Migne, Patrologia Latina, 182, p. 123, epístola XXI.
(3) Jacques de Vitry, decorrido cerca de um século sobre o evento, traça o quadro citado, posteriormente adoptado por Maillard de Chambure na Régle et Statuts Secrets des Templiers, Paris, 1940. No que concerne à Regra de Santo Agostinho consultar Pierre David, in Revista Portuguesa de
História, v. 3 (1947) e com proveito as Constituições dos Cónegos Regulares de Nosso Padre Santo Agostinho dos reinos de Portugal da Congregação de Coimbra, Lisboa, 1601.
(4) De Laude novae militiae ad milites Templi, in Obras várias de S. Bernardo [BN: cod. alc. 152, fl. CXXVIICXXXVIIIv]. Ver Livro para os Soldados do Templo: Do Louvor da Nova Milicia [sic] (trad. Carlos Eduardo Soveral, ed. de 110 exemplares, numerados, promovida por Filipe de Sousa), Lisboa, 1990 [BN: L 42896 V].
(5) Dom Jean Leclerq, Un document sur les débuts du Temple, in Révue d’ Histoire Ecclesiastique, Louvaina, v. 52 (1957), p. 89-91.
(6) Santa Rosa Viterbo, Familiares, in Elucidário, v. 1, p. 308: “Desde que esta Ordem entrou neste reino até os fins do séc. XIII, temos instrumentos que nos informam de que homens, mulheres, solteiros, casados (viúvos) se alistavam por confrades, familiares ou donatos nesta milícia. Umas vezes são chamados frades, outras confrades e outras quase-frades”.
(8) Idem, Cruz, Ibidem, p. 227: “quoniam in vestra fraternitate et beneficio omni sum frater”.
(9) Editados por Laurent Dailliez, Les Templiers et les Régles de l’Ordre du Temple, Paris, 1972.
(10) Raymond Oursel, Le Procès des Templiers, Paris, 1955, p. 181. A atribuição do testemunho a Gaspard de Cauche por Pierre Dupuy na sua Histoire de la Condamnation des Templiers (ms. do séc. XVIIda BN de Paris) resulta de flagrante lapso.
(11) A suspeita funda-se no facto de se servirem de elementos recolhidos no processo contra os Templários. Consulte-se Théodore Juge, L’Ordre du Temple: Examen de trois manuscrits des XIIe et XIIIe siècles, contenant les anciens réglements secrets qui furent maintenus en vigueur dans l’Ordre du Temple jusqu’au commencement du XIVe siècle, in Globe (1839), p. 59-61.
(12) Ob. cit., p. 108, n. 1.
(13) Esse § principia: “Irmão, pedis grande coisa, porque não vedes da nossa Ordem senão a sua
aparência exterior [...]”. Cf. Dailliez, ob. cit., p. 256.
(14) Raymond Oursel, ob. cit., p. 94-95: “[...] possuía um livro com os estatutos da Ordem que mostraria de bom grado, mas que possuía um outro, mais secreto que, por todo o ouro do mundo, não mostraria a ninguém [...]”.
(15) Ibidem, p. 96.
(16) Ver do subscritor, o estudo O Projecto Templário e o Evangelho português.
(17) Os §§ 1 a 5 constituem propriamente o Prólogo, no qual se inclui o Discurso aos Cavaleiros e a abertura do Concílio de Troyes. Nos §§ 6 a 8 alude-se aos nomes dos irmãos presentes no Concílio, procedendo-se à apresentação dos primeiros cavaleiros da Ordem do Templo.
(18) Alexandre Ferreira, Suplemento Histórico ou Memórias e Noticias da Célebre Ordem dos Templários,parte primeira, v. 1, Lisboa, 1735, p. 107-188.
Começa aqui a Regra da Cavalaria Pobre do Templo
De como hão-de assistir ao ofício divino
9. Vós outros, que renunciastes à própria vontade, e os demais que em vossa companhia militam em armas e cavalos em serviço do Soberano Rei, pela salvação de vossas almas, procurai sempre assistir todos com pio o puro afecto a Matinas e a todo o ofício divino inteiramente, conforme as observâncias canónicas e o costume dos Cónegos Regrantes da Santa Cidade de Jerusalém (1). E a isso, vós outros veneráveis irmãos, se vos obriga porque, sem temer os trabalhos do corpo, vos oferecestes para pisar perpetuamente o mundo por amor a Deus. Fortalecidos pelo divino manjar, esforçados pelos preceitos de Nosso Senhor e ouvido o ofício divino, nenhum tema a batalha, seguro da vitória para a Divina Coroa.
10. Mas se por ocupações da casa ou da cristandade do Oriente, acidente de que não duvidamos, algum faltar ao ofício divino, diga a Matinas treze Padre-Nossos e por cada uma das Horas (2) sete e a Vésperas nove. Julgamos, porém, preferível que assistam todos ao ofício. Os assim ocupados em trabalhos de tanta utilidade que não possam acudir a tempo às horas estabelecidas para o ofício divino não ficam dispensados de cumprir a obrigação do seu instituto.
Dos irmãos defuntos
11. Quando algum dos irmãos acabar a vida a império da morte, inexorável a todos, mandamos aos sacerdotes que servem ao Sumo Sacerdote digam a Missa, pelo repouso de sua alma. E todos os irmãos que assistam ali, rogando a Deus pela salvação do defunto, deverão dizer cem Padre-Nossos nos sete dias seguintes. Além disto pedimos e com autoridade pastoral ordenamos que durante quarenta dias se dê de comer carne e vinho a um pobre, gastando com ele o mesmo que se gastaria com o irmão defunto se ele continuasse vivo. E assim proibimos totalmente todas as demais ofertas que os Cavaleiros Pobres do Templo costumam fazer na morte de um Irmão, pela Páscoa e outras festas solenes.
12. Em todo o tempo, com a coragem que é própria da profissão, compare-se cada um com o mais sábio dos Profetas que diz: Calicem salutaris accipiam (3), isto é, “Beberei o cálice da Salvação” e também “Na minha morte imitarei a do Senhor”, Porque assim como Jesus Cristo deu a vida pela minha salvação, assim devo estar disposto a oferecer a minha alma pelos meus irmãos. Constitui esta a melhor oferta e o sacrifício mais agradável a Deus.
Da demasia de estar em pé no ofício divino
13. Porque temos sabido, por notícia segura, que ouvis o ofício divino com assistência excessiva em pé, não só reprovamos como condenamos tal atitude ordenando que acabado o Salmo Venite (4), com todo o Invitatório e o Hino, se sentem todos, assim os achacados como os vigorosos, para evitar escândalo. Mandamos de comum parecer rezem em silêncio para que um não estorve o outro.
14. Sentados todos até acabar o Salmo, ao rezarem o Gloria Patri em louvor da Santíssima Trindade se levantarão, inclinando-se ao Altar, fazendo os achacados e enfermos alguma inclinação com a cabeça. E ordenamos que se observe sempre assim e também que estejais em pé ao ler-se o Evangelho e ao cantar-se o Te Deum laudamus, até acabar o ofício de Matinas e começar o de Laudes. Do mesmo modo ordenamos que estejais em pé a Matinas a a todas as Horas de Nossa Senhora.
Da refeição
15. Entendemos que todos deveis comer em comunidade em uma casa que melhor seria chamar refeitório. Ao invés de outros que não têm esse costume, convém, se faltar alguma coisa, pedir particularmente e sem fazer ruído, porque sempre as coisas que são precisas haveis de buscar com humildade e reverência, pois diz o Apóstolo: Manduca panem tuum cum silentio (5), isto é, “Come o teu pão em silêncio”. E acrescenta o Psalmista: Posui ori meo custodiam, que quer dizer “Puz guardas na minha boca” e também “Determinei não ofender a Deus”, o que vem a ser: “Terei muito cuidado de não falar mal”.
Da leitura
16. Ao jantar e ceia leia-se sempre que possível algum livro sagrado. Se amamos a Deus com muita atenção devemos escutar os seus saudáveis conselhos e preceitos. O leitor faça sinal para que todos se calem.
Do comer carne
17. Não se coma carne mais que três vezes na semana, nem nas festas do Nascimento de Nosso Senhor, de Todos-os-Santos, de Nossa Senhora ou dos doze Apóstolos, porque o comer ordinariamente carne é um estrago dissimulado do corpo. Porém, se terça-feira cair algum jejum em que se não aconselha comer carne, no dia seguinte dê-se com mais abundância a todos. Deem-se a todos os irmãos do Templo, aos capelães, aos sacerdotes, nos domingos, dois pratos de carne em louvor da sagrada Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Os demais, como são os escudeiros e criados, contentem-se com um e recebam-no dando graças a Deus.
Do que hão-de observar os irmãos na comida
18. Convém que comam geralmente todos dois a dois, para que um cuide com atenção do outro e se não intrometam no comer asperezas da vida e abstinências dissimuladas. Achamos por bem que a cada um dos irmãos se dê com igualdade e pela mesma medida o vinho.
Da comida nos mais dias da semana
19. Nos mais dias da semana, a saber: a segunda-feira, a quarta-feira o o sábado, parece-nos que basta dar-se-lhes dois pratos de legumes ou de sopa. E mandamos que se observe assim para que quem não possa comer de um possa comer do outro.
Da comida à sexta-feira
20. Nas sextas-feiras, desde a festa de Todos-os-Santos até à da Páscoa, não sendo dia de Natal, festa de Nossa Senhora ou de um dos doze Apóstolos, temos por muito louvável comam todos na forma usada na Quaresma: uma vez ao dia em reverência da Paixão de Jesus Cristo excepto os enfermos e achacados. No outro tempo, não havendo jejum universal, comam duas vezes ao dia.
Das graças que hão-de dar depois de comer
21. Mandamos que sem excepção de pessoa alguma deem todos graças depois de jantar e cear ao nosso Sumo Procurador Jesus Cristo, na igreja se estiver junta ou no seu próprio lugar à mesa. Guarde-se o pão que ficar inteiro e os pedaços que sobejarem deem-se aos pobres. Ainda que aos pobres lhes esteja prometido o prêmio da pobreza, que é o Reino dos Céus, vós outros, a quem confessa por pobres a fé cristã, dareis ao esmoler o dízimo do pão.
Da colação
22. Ao pôr do sol, ouvido o sinal conforme o costume da região, convém muito que todos vão a Completas. Porém, antes delas, desejamos que tomem uma colação em comunidade. Deixamos ao arbítrio do Mestre que seja de água ou de vinho aguado, como ele o dispuser e mandar. Convém, no entanto, que isto não seja em demasia e destemperança, mas parcamente, pois diz Salomão: Quia vinum facit apostatare sapientes (7), isto é, “O vinho corrompe os próprios sábios”.
Do silêncio depois de Completas
23. Acabadas as Completas, é conveniente se vão recolher. Saindo de Completas, nenhum fale em lugares públicos senão de coisas necessárias e o que tiver de falar com o seu escudeiro seja em voz baixa. Mas se ao tempo que saem de Completas for preciso que alguns de vós juntos faleis ao Mestre ou ao que depois dele serve de superior, do estado de guerra ou negócios da casa, por não haver tido tempo em todo o dia, que o façam com a máxima gravidade e moderação. Mandamos, pois, que se guarde desta maneira o silêncio.
24. Pois está escrito: In multiloquio non effugies peccatum (8), isto é, “No muito falar não faltará pecado” e noutro lugar: Mors et vita in manibus lingua (9), isto é, “A morte e a vida estão em poder da lingua”. A quem falar, proibimos as chanças e palavras ociosas que provoquem riso. E mandamos que se alguém tiver falado com pouca atenção reze um Padre-Nosso com toda a humildade e reverência, quando se for deitar.
Dos irmãos cansados
25. Porque se manifesta não ser justo que se levantem a Matinas os que se acharem cansados por terem velado pela segurança da casa, mandamos que com licença do Mestre ou do que estiver em seu lugar descansem. Devem, contudo, dizer treze Padre-Nossos a Matinas conforme está prescrito, de sorte que a palavra se ajuste ao coração, pois diz o Profeta: Psallite sapienter (10), isto é, "Cantai ao Senhor, sabiamente" e noutro lugar: In conspectu angelorum psallam tibi (11), que vem a ser “Cantarei para ti diante dos anjos”. Mas isto sempre a arbítrio do Mestre ou do que estiver em seu lugar.
Da vida em comunidade
26. Na Sagrada Escritura lê-se: Dividebatur autem singulis, prout cuique opus erat (12), quer dizer "A cada um segundo as suas necessidades". Por isso mandamos que não haja privilegiados, apenas exame das necessidades. O que de menos tiver necessidade dê graças a Deus e não se entristeça pelo que derem ao outro. O que precisar de mais humilhe-se pela sua fraqueza e não se ensoberbeça pela misericórdia que têm para com ele. Desta forma todos os membros viverão em paz. Proibimos a todos a singularidade nas abstinências e mandamos guardem a vida em Comunidade.
Dos mantos dos irmãos
27. Mandamos que os mantos sejam sempre de uma cor, a saber: branca, preta ou burel. Concedemos a todos os irmãos o manto branco tanto no verão como no Inverno, não sendo em tempo algum lícito trazer mantos brancos ou capas da dita cor senão aos Cavaleiros de Cristo. Para que aqueles que abandonaram a vida tenebrosa do mundo, a exemplo dos mantos brancos, se achem reconciliados com o Criador. Significa isto que a brancura sanciona a pureza. A pureza é a segurança de ânimo e a saúde do corpo, porque se um irmão não guardar pureza não poderá atingir a eterna felicidade nem ver a Deus, como afirma o Apóstolo: Pacem sequimini cum omnibus et sanctimoniam sine qua nemo videbit Deum (13), que vem a ser "Guardai paz com todos, guardai pureza sem a qual nenhum verá a Deus".
28. Porque de usarem os criados e escudeiros mantos brancos se seguiram graves inconvenientes, isto que, sem ordem e decreto do Capítulo, se usava na Casa de Deus e dos Cavaleiros do Templo proibimos totalmente e o tiramos como vício muito escandaloso. Levantaram-se nas partes ultramarinas falsos irmãos, casados, bem como outros que se chamavam irmãos do Templo sendo do mundo. Estes ocasionaram-nos muitos danos e perseguições e assim como à ordem de cavalaria. E os escudeiros ensoberbecendo-se causaram não poucos escândalos. Usem, pois mantos pretos e se os não acharem dessa cor vistam do que se puder achar na região ou o mais barato manto que se puder comprar, como o burel.
29. Mas porque este manto nem há-de mostrar vaidade nem gala, determinamos de comum consentimento que nenhum irmão use peles preciosas para seu manto, nem para cobertor, senão peles de cordeiro ou carneiro. Mandamos que seja de tal feitio que cada um só se possa vestir, despir, calçar e descalçar. O roupeiro providencie com amor fraternal o ajuste da medida, para que os olhos dos murmuradores que tudo censuram não tenham que notar, e em tudo considere a justiça e igualdade de Deus. Que não sejam compridos nem curtos, senão ajustados à proporção de quem os veste. O que tiver o cuidado de dar os mantos cuide com atenção das necessidades de cada um.
30. Se algum irmão com ânimo soberbo pretender os mantos mais novos e curiosos por tal pretensão deem-se-lhes os piores. Recebendo manto novo entreguem o que deixam para se guardar na rouparia ou no lugar que escolher o que tem essa incumbência. O roupeiro providencie com todo o cuidado distribuir os mantos velhos aos escudeiros e aos criados, mas a mais das vezes aos pobres.
Do necessário para as camas
31. Tenha cada um seu leito decente, conforme a disposição do Mestre. Parece-nos que basta a cada um uma enxerga, travesseiro e manta. A quem faltar alguma destas três coisas dê-se-lhes um cobertor e em todo o tempo permita-se-lhe um lençol de linho. Não durmam sem camisa nem ceroulas e não falte luz toda a noite no dormitório dos irmãos. Convém que o roupeiro procure dar os mantos ajustados à estatura de cada um, que não seja mais largo ou curto. A todos convém usar cortados os cabelos a uma mesma proporção e pelos lados da cabeça com a mesma ordem e o mesmo se guarde na barba para que se não note o vício da demasia e gala.
Dos bicos o atilhos nos sapatos
32. Não há dúvida que é de gentios levar bicos e atilhos nos sapatos. E porque isto parece tão mal a todos o proibimos, nem sequer o permitindo aos que servem por tempo determinado. E mandamos que não usem superfluidades no cabelo e nos mantos, porque aos que servem ao Soberano Criador lhes é necessário a interior e exterior pureza, afirmando-o assim quando diz: Sancti estote, quia ego sanctus sum (14), que vem a ser "Sede puros porque eu o sou"
Dos cavalos e dos escudeiros
33. Cada irmão cavaleiro pode ter três cavalos e não mais, salvo licença do Mestre, e isso devido à muita pobreza da casa de Deus e Templo de Salomão. Pela mesma causa concedemos a cada um dos cavaleiros um escudeiro somente e, se este servir sem estipêndio ou pelo amor de Deus, a nenhum irmão é licito maltratá-lo ou castigá-lo ainda que havendo alguma culpa.
Dos cavaleiros seculares que vierem servir por tempo determinado
34. A todos os cavaleiros seculares que, com pura intenção, desejem militar em serviço de Jesus Cristo na casa do Templo de Salomão, por tempo determinado, mandamos que comprem um cavalo e armas convenientes e tudo o necessário para esse efeito. Porque julgamos útil e conveniente, pedimos a ambas as partes para ajustarem o preço dos cavalos e que este se escreva para que se não esqueça. E dê-se-lhe com fraternal caridade tudo o que lhe for necessário para si, para o escudeiro o cavalo das rendas da casa e além disto os meios do cavalo, conforme as possibilidades da casa. Porém, se por algum acaso perder o cavalo no serviço da casa, dê-lhe o Mestre outro se o permitir a renda. Mas, chegado o tempo de regressar ao seu país, o cavaleiro pelo amor de Deus perdoe a metade do preço e a outra, querendo, a pode pedir à casa.
Do comportamento dos irmãos
35. Convém a todos os irmãos professos que nenhuma coisa buscam que, pelo instituto que professam, pela glória do Supremo Bem ou pelo temor do Inferno, obedeçam sempre ao Mestre. Porque nada existe de mais agradável a Jesus Cristo que a obediência. Há-de guardar-se, pois esta obediência de modo que ao Mestre ou a quem tem o seu lugar obedeçam com a pontualidade e prontidão devidas ao próprio Deus. Como diz Jesus Cristo pela boca de David e é verdade: In auditu auris obedivit mihi (15), quer dizer "Em me ouvindo logo me obedece".
36. Por isso, a todos os irmãos que renunciaram à própria vontade e aos demais que servem por tempo determinado lhes mandamos, com todo o encarecimento, que, sem licença do Mestre ou de quem o substitui, se não atrevam a sair pelo lugar, salvo ao Santo Sepulcro e aos Santos Lugares que se visitam dentro dos muros da cidade de Jerusalém.
37. Os que saírem desta maneira, nem de dia nem de noite, vão sem companhia. Quando forem no exército, depois que estiverem aquartelados nenhum irmão ou escudeiro ou criado ande pelos quartéis dos demais para ver ou falar com algum sem licença, como está dito. E, assim, de comum consentimento ordenamos que nenhum irmão milite ou descanse a seu arbítrio, mas se sujeite inteiramente ao que o Mestre lhe ordenar e se esforce por seguir a palavra de Jesus Cristo, que disse: Non veni facere voluntatem meam, sed ejus qui misit me patris (16), que vem a ser : "Não vim fazer o meu gosto, mas o de quem me mandou".
Que nenhum busque singularmente o que lhe for necessário
38. Mandamos que entre os demais se observe este costume para evitar o vício de cada um diligenciar para si as suas conveniências. Nenhum dos irmãos busque para si cavalos ou armas de outro. Se os seus achaques ou as poucas forças do cavalo ou o peso das armas for de tal sorte, que o ir com elas seja dano comum, represente-o ao Mestre ou ao que tiver o seu lugar e proponha-lhe com sinceridade o inconveniente e, assim, fique fraternalmente à disposição do Mestre ou do que tiver o seu lugar.
Dos arreios dourados
39. Mandamos que de nenhuma parte se leve ouro ou prata nos freios, peitorais, esporas e estribos. Porém, se por amor de Deus lhos derem alguns destes instrumentos velhos e usados cubram o ouro e a prata, de sorte que o seu luzimento e riqueza a ninguém pareça vaidade. Porém, se os que vos derem forem novos, o Mestre disponha deles a seu arbítrio.
Do Mestre
40. Pode o Mestre dar cavalo e armas e tudo o que quiser a quem lhe parecer. Nenhum sinta que se dê a outro o que lhe tiverem dado de presente, antes tenha por certo que, agastando-se com isso, ofende a Deus.
Dos cadeados
41. A ninguém se concede ter cadeados em propriedade. Manifestar-se-ão, de sorte que nenhum possa usar deles sem licença do Mestre ou de quem tem o seu lugar nos negócios da casa. Nesta regra não se compreendem nem os comendadores das casas, nem os provinciais, nem o próprio Mestre. Nenhum dos irmãos pode abrir cartas de seu pai ou de qualquer outra pessoa sem licença do Mestre ou do seu comendador. Depois que tiver licença, lerá a carta diante do Mestre ou comendador, se ele quiser.
Da conversação de suas culpas
42. Se toda a palavra ociosa ocasiona pecado, que poderão responder a Jesus Cristo, o Juiz Supremo, os que fazem gala dos seus vícios? Mostra-o bem o Profeta David: Obmutui et silui a bonis (17), que vem a ser "Algumas vezes convém omitir boas práticas, para não faltar ao silêncio". Vedamos, pois, e com todo o esforço proibimos que algum dos irmãos se atreva a referir de si ou de outros os descaminhos de sua vida no século ou, o que é um grande prejuízo para a cavalaria, as comunicações que teve com mulheres perdidas. E se algum irmão ouvir a outro tais palavras o faça calar e não conseguindo se afaste, para que não dê a sua alma ouvidos a quem vende tal veneno.
Das dádivas do século
43. Se um homem do século der a algum dos irmãos alguma coisa que não possa ser conservada, como a carne, leve-a ao Mestre ou ao dispensário. Porém, se seu pai ou algum amigo lhe der com tal condição que haja de servir a ele somente, de nenhum modo a receba sem licença do Mestre. Não se compreende isto dos comendadores, nem do Mestre.
Das vitualhas
44. A todos é útil este preceito estabelecido por nós para que, de hoje em diante, se guarde sem desculpa. E, assim, ninguém se atreva a ter coisa alguma, nem vitualhas, nem linho, nem lã. Numa palavra, absolutamente nada além do seu alforge.
Das trocas
45. Fica resoluto que nenhum, sem licença do Mestre ou de quem tem o seu lugar, possa trocar coisa alguma com outro irmão, nem buscar se é coisa de pouco valor ou estimação.
Da caça
46. Entendemos todos que nenhum vá à caça de volateria, porque não convém a religiosos viver tão presos aos deleites mundanos, porém, ouvir os mandamentos de Deus e estar frequentemente em oração e nela lhe confessar seus pecados com gemidos e lágrimas cada dia. Nenhum vá, pois, com homem que mata uma ave com outras aves pela causa que se há dito. Convém andar com toda a modéstia religiosa e sem risadas e com humildade, falando pouco, a seu tempo e sem levantar muito voz. Especialmente mandamos que nenhum irmão intente perseguir nos bosques feras com bésta ou arco, nem vá a esse fim com quem caçar senão para guardá-lo dos pérfidos pagãos. Não incite os cães, nem pique o cavalo com o intento de caçar alguma fera.
Do leão
47. Porque é, sem dúvida, dívida vossa e viveis com a obrigação de arriscar a vida pelos próximos, como fez Jesus Cristo, e lançar fora os pagãos que perseguem ao filho da Virgem Maria, sabei que o leão busca rondando a quem devorar (18) o que as suas mãos são contra todos e as de todos contra ele (19).
Das sentenças
48. Sabemos que são inumeráveis os inimigos que procuram embaraçar com pleitos os fiéis da Santa Igreja. Nesta matéria, por muito acertado parecer do nosso Concílio determinamos que, tanto nas partes orientais como em qualquer outra por amor à verdade julgueis a questão se a outra parte quiser. E mandamos que sem escusa alguma façais o que for justo e, em todas as mais coisa que injustamente vos tirarem observai sempre esta regra.
De como podem possuir terras e vassalos
49. Pelas Santas Escrituras e pela Divina Providência, como cremos, se começou esta nova religião na Terra Santa do Oriente, para que por seu intermédio e juntando a religião à cavalaria se pudesse fazer guerra justa aos inimigos da cruz. Com razão, pois, julgamos que se vos chamais soldados do Templo tenhais e possuais, pelo insigne e especial merecimento da santidade, casas, terras e vassalos e os governeis com justiça e cobreis deles o tributo instituído e determinado.
Dos irmãos enfermos
50. Antes e acima de tudo deve-se ter cuidado e desvelo pelos irmãos enfermos a servi-los como se fossem Cristo em pessoa, pois ele disse: Infirmus et visitastis me (20), que quer dizer "Estive enfermo e fostes-me visitar". Os enfermos há que suportá-los com tolerância e paciência, pois é por amor desses que se alcança maior merecimento. Mandamos encarecidamente ao enfermeiro que com toda a atenção dê o que for necessário a qualquer enfermo, como a carne que devolve a saúde, e isso conforme as possibilidades da casa.
Da paz
51. Há-de haver grande cuidado em que um não dê a outro ocasião de sentimento porque a suma clemência de Deus uniu com vínculo de irmandade e amor igualmente aos ricos a aos pobres.
Dos irmãos casados
52. Permitimos que recebais no número dos irmãos aos casados que desejem ser participantes do benefício da vossa irmandade e comunicação. Porém, que os dois ofereçam, depois da sua morte parte da sua fazenda e tudo o que adquirirem nesse tempo. Enquanto viverem conservem a honestidade de vida e procurem o bem dos seus irmãos mas não usem manto branco. Se o marido morrer primeiro deixe a sua parte aos seus irmãos e sua mulher sustente-se da outra. Porém, temos por inconveniente que esses irmãos casados vivam numa mesma casa com os que têm feito voto de castidade a Deus.
Das irmãs
53. É muito perigoso fora deste caso, unir convosco algumas irmãs porque o diabo afastou a muitos do caminho do paraíso pelo trato com mulheres. E, assim, irmãos caríssimos, para guardar em flor a pureza não se permita daqui em diante tal trato e comunicação.
Dos cavaleiros excomungados
54. Irmãos, que nenhum dos soldados do Templo comunique com um excomungado, assim em público como em particular, nem trate suas coisas para que o não compreenda a mesma excomunhão. Porém, se ele estiver somente suspenso de assistir aos ofícios divinos poderá comunicar com ele e favorecer os seus negócios, mas sempre a arbítrio do comendador.
Da forma de receber os irmãos
55. Quando um cavaleiro ou qualquer outro secular quiser deixar o mundo e as suas vaidades e escolher a vida em comunidade no Templo, não se defira logo a sua petição, mas como diz S. Paulo: Probate spiritus si ex Deo sint (21), quer dizer "Examine-se o espírito, se é de Deus". E, assim, seja recebido na Ordem, leiam-lhe a regra e oferecendo-se a obedecer com cuidado aos seus preceitos, se ao Mestre e irmãos parecer bem recebê-lo, descubra-lhes corajosamente a sua petição e desejo em Capítulo.
Dos irmãos que vão de viagem
56. Os irmãos que forem mandados de viagem guardem quanto lhes for possível, a regra no comer, beber e em tudo o mais, vivendo irrepreensivelmente para darem bom exemplo aos seculares. Não desdourem com palavra ou obra a Ordem e especialmente aos que tratarem e comunicarem procurem dar mostras de virtude e boas obras. A casa em que se hospedarem seja de boa fama e segura e se puder ser não lhe falte luz de noite no seu quarto para não suceder que às escuras, o que Deus não permita, algum inimigo fiado nas trevas lhe ofereça ocasião de pecar.
Tome-se juramento aos que servem
57. Sabemos que muitos de diversas províncias, assim escudeiros como criados, desejam com pura intenção dedicar-se por toda a sua vida ao serviço do Templo pela salvação das suas almas. Convém, pois, que lhes tomeis a sua fé por juramento e palavra, não suceda que o inimigo exercitado em nos fazer guerra, lhes persuada coisa indigna do serviço de Deus e os afaste do bom propósito.
Do não recebimento de crianças
58. Embora a Regra dos Santos Padres (22) permita receber crianças nos mosteiros, não é conveniente que vós vos encarregueis delas. Porém, se algum quiser dedicar filho seu à religião da cavalaria crie-o até idade competente em que, esforçadamente, com as armas possa lançar fora da terra aos inimigos de Jesus Cristo. Mas, se o pai e a mãe o levarem aos irmãos e apresentarem a sua pretensão não o recebam enquanto for criança, porque é melhor não fazer os votos na primeira idade que faltar a eles na madura. E a partir de então, a arbítrio do Mestre, sejam postas à prova as suas intenções.
Dos irmãos velhos
59. Convém respeitar com piedosa condescendência os irmãos velhos e ter sempre em consideração a fraqueza das suas forças, conforme a observância da Regra. Porém, não se lhes dê o necessário com miséria.
Do Capítulo
60. Mandamos que não enviem todos os irmãos a Capítulo, mas somente aqueles que ao Mestre parecerem de juízo e prudência. Mas quando se tratarem coisas maiores, como dar uma comenda, disputar sobre coisas da Ordem ou receber algum irmão, então chame o Mestre toda a congregação e, ouvido o parecer de todo o Capítulo, faça-se o que o Mestre julgar melhor.
Dos cavaleiros excomungados
61. Mandamos que vão onde souberem se juntam os cavaleiros excomungados pretendendo nisto não tanto o proveito temporal como a salvação das suas almas. Assim, temos por louvável que os Irmãos que mandamos às partes ultramarinas com esperança de aproveitamento recebam os que quiserem entrar nesta Ordem. Juntem-se ambos diante do Bispo da província e o prelado ouça as suplicas do que deseja entrar na Ordem. Ouvida a petição e absolvido, mande-o o Bispo ao Mestre e aos irmãos do Templo. E se a sua vida for ajustada e merecedora de tal companhia recebam-no com toda a piedade, se isso for do agrado do Mestre e dos irmãos. Mas, se nesse tempo morrer pelo trabalho que teve, façam-lhe todos os sufrágios da fraternidade como a um dos cavaleiros pobres do Templo.
Dos dízimos
62. A vós, que renunciastes às deliciosas riquezas do mundo e vos sujeitastes à pobreza voluntária e que viveis em comunidade, concedemos autorização para possuirdes dízimos. Se os Bispos, pelo amor de Deus, vos quiserem dar alguns dízimos, dar-se-vos-ão com consentimento de todo o Cabido, daqueles que consta possuir a igreja. Porém, se algum secular vos quiser dar a décima parte da sua fazenda em desfavor da igreja pode fazê-lo com consentimento do prelado e do seu Capítulo.
Das faltas
63. O irmão que na conversação ou em campanha se tornar culpado de alguma falta leve por sua vontade a descubra ao Mestre para satisfazer por ela. Castiguem-se as faltas leves, com leve penitência, se não forem muito frequentes. Mas, se a falta for grave, separem-no da comunicação dos irmãos, nem coma juntamente com eles, senão à parte, sujeito ao perdão e arbítrio do Mestre e dos irmãos para ficar puro no dia do Juízo Final.
Das faltas leves
64. Há-de prevenir-se, primeiramente, que nenhum irmão fraco ou esforçado, poderoso ou pobre, se pretender adiantar-se ou avantajar-se aos demais fique sem castigo. Se se quiser emendar dê-se-lhe uma penitência leve. Porém, se com avisos suaves e orações não quiser emendar-se, antes se desvanecer e mais e mais se ensoberbecer, lance-se então do rebanho, segundo o que diz o Apóstolo: Auferte malum ex vobis (23), que vem a ser "Lançai da vossa companhia o mau". É forçoso separar a ovelha empestada da comunicação dos irmãos fracos.
65. O Mestre, que tem o báculo para sustentar os fracos e a vara para castigar com zelo santo os delitos, não se resolva a castigar senão com o parecer do Patriarca e havendo-se encomendado a Deus, não seja como diz S. Máximo: "Que a demasiada brandura relaxe o justo rigor ou a demasiada aspereza desespere os delinquentes" (24).
Das camisas
66. Por atender ao muito calor das partes orientais dê-se uma camisa de linho e não mais, não por obrigação mas por graça, àquele que a quiser usar desde a Páscoa até à festa de Todos os Santos.
Da murmuração
67. Mandamos que fujais da emulação, da inveja e da calúnia como da peste. Cuide muito cada um de não culpar nem murmurar de seu irmão, conforme o conselho do Apóstolos: Ne eris criminator, nec sussurro in populo (25), quer dizer "Não sejais acriminador nem murmurador do povo". Quando algum souber claramente que seu irmão caiu em alguma falta repreenda-o particularmente com caridade fraternal e pacificamente. Se não fizer caso, chame a outro irmão para o mesmo efeito e, se desprezar o aviso de ambos, fazei-o em Capítulo, porque estão muito cegos os que murmuram de outrém e muito desgraçados os que são invejosos. Guarde-se cada um de invejar o outro para não cair nos laços do demónio.
Que se fujam os afagos das mulheres
68. É muito perigoso e arriscado atender com curiosidade e cuidado ao rosto das mulheres. E assim nenhum se atreva a dar ósculo a viúva, nem donzela, nem a mulher alguma ainda muito chegada em parentesco, como mãe, irmã ou tia. Fuja o cavaleiro de Cristo dos afagos de mulher que põem o homem no último risco, para que, com pura vida e segura consciência, chegue a gozar de Deus para sempre.
Das guarnições das lanças e escudos
69. Nenhum irmão ponha guarnições nas lanças e escudos porque isso, para além de não ter utilidade alguma, se reputa por danoso a todos.
Dos padres e capelães que servem por amor de Deus
70. As ofertas que se fizerem de qualquer sorte aos capelões e aos demais que servem por tempo determinado mandamos se deem à comunidade. Aos servidores da igreja dê-se-lhes somente o sustento e manto com a decência conveniente e não poderão pretender que se lhes dê mais, senão quando o Mestre, por amor de Deus, lhes conceder essa graça.
Dos cavaleiros seculares
71. Há cavaleiros que por tempo determinado vivem em união convosco na casa de Deus e do Templo de Salomão pelo que, com especial compaixão, vos pedimos, rogamos e, finalmente, com todo o encarecimento vos mandamos que quando a temerosa mão de Deus tirar algum desta vida, pela alma do defunto, deem a um pobre de comer durante sete dias e todos os irmãos dessa casa digam trinta Padre-Nossos.
72. Nenhum irmão conduza crianças à pia baptismal, que não será opróbio recusar os compadres e as comadres, porém esse opróbio lhe trará mais glória que o pecado.
73. Todos os preceitos desta Regra ficam a arbítrio e cuidado do Mestre.
Das festas e jejuns que todos os irmãos do Templo devem guardar
74. Saibam todos os irmãos do Templo, presentes e vindouros que devem jejuar nas vigílias dos doze Apóstolos, a saber: S. Pedro e S. Paulo (28 de Junho), Santo André (29 de Novembro), S. Tiago menor e S. Filipe (30 de Abril), S. Tomás (20 de Dezembro), S. Bartolomeu (23 de Agosto), Santos Simão e Judas (27 de Outubro), S. Tiago maior (24 de Julho), S. Mateus (20 de Setembro), na vigília de S. João Baptista (23 de Junho), na vigília de Ascensão, os dois dias antes das Litânias, na vigília de Pentecostes, os quatro tempos na vigília de S. Lourenço (9 de Agosto), na vigília de Nossa Senhora (14 de Agosto, véspera da Assunção), na vigília de Todos-os-Santos (31 de Outubro). Devem jejuar em todas estas festas. Porém, se alguma destas festas cair numa segunda-feira ou sábado devem jejuar no dia anterior. Se a festa do Nascimento de Nosso Senhor cair numa sexta-feira devem os irmãos comer carne em louvor dela. Porém, no dia da festa de S. Marcos (25 de Abril) devem jejuar por causa das Litânias porque assim está estabelecido por Roma. Não devem jejuar se a
festa cair nas oitavas da Páscoa.
Das festas que se devem guardar na casa do Templo
75. O Nascimento de Nosso Senhor (25 de Dezembro), a festa de Santo Estêvão (26 de Dezembro), S. João Evangelista (27 de Dezembro), os Santos Inocentes (28 de Dezembro), as oitavas do Natal, que é o dia de Ano Novo (1 de Janeiro), o Baptismo (26), S. Sebastião (20 de Janeiro), Santa Maria da Candelária (2 de Fevereiro), S. Matias, Apóstolo (23 de Fevereiro), a Anunciação de Nossa Senhora (25 de Março), a Páscoa e os três dias seguintes, S. Jorge (23 de Abril), S. Filipe e Santiago, Apóstolos, a Invenção da Santa Cruz (3 de Maio), a Ascensão de Nosso Senhor, o Pentecostes a os dois dias seguintes, S. João Baptista (24 de Junho), S. Pedro e S. Paulo, Apóstolos (29 de Junho), Santa Maria Madalena (22 de Julho), Santiago, Apóstolo (24 de Julho), S. Lourenço (10 de Agosto), a Assunção de Nossa Senhora (15 de Agosto), o Nascimento de Nossa Senhora (8 de Setembro), a Exaltação da Santa Cruz (14 de Setembro), S. Mateus, Apóstolo, S. Miguel (29 de Setembro), S. Simão e S. Júlio, a festa de Todos-osSantos, S. Martinho (11 de Novembro), Santa Catarina (25 de Novembro), SantoAndré, S.Nicolau (6 de Dezembro), S. Tomé, Apóstolo (21 de Dezembro).
76. Mandamos que nenhuma outra festa menor se guarde na Ordem do Templo. Todos os irmãos do Templo devem jejuar desde o domingo anterior ao S. Martinho até ao Nascimento de Nosso Senhor, excepto os que estiverem doentes. Porém, se a festa de S. Martinho cair num domingo, todos os irmãos devem largar a carne no domingo anterior.
NOTAS
(1) Também chamados Cónegos Regrantes do Santo Sepulcro, os quais receberam o hábito e a Regra
de Godefroy de Bouillon, observando as directrizes da Abadia de Saint Victor de Paris.
(2) As sete Horas canónicas distribuiam-se ao longo do dia do seguinte modo: 1ª Matinas (24 horas) e
Laudes (3 horas); 2ª Prima (6 horas); 3ª Terça (9 horas); 4ª Sexta (12 horas); 5ª Nona (15 horas); 6ª
Vésperas (18 horas) e 7ª Completas (21 horas).
(3) Salmos, CXV, 4.
(4) Salmos, XCIV.
(5) S. Paulo, II Epístola aos Tessalonicenses, III, 12. Na Vulgata: Ut cum silentio operantes, suum panem
manducent.
(6) Salmos, XXXVIII, 2.
(7) Eclesiástico, XIX, 2. Na Vulgata: Vinum et mulieres apostatare faciunt sapientes.
(8) Provérbios, X, 19. Na Vulgata: In multiloquio non deerit peccatum.
(9) Provérbios, XVIII, 21. Na Vulgata: Mors et vita in manu linguae.
(10) Salmos, XLVI, 8.
(11) Salmos, CXXXVII, 1.
(12) Actos dos Apóstolos, IV, 35.
(13) S. Paulo, Epístola aos Hebreus, XII, 14.
(14) Levítico, XIX, 2.
(15) Salmos, XVII, 45.
(16) S. João, VI, 38-39. Na Vulgata:
Non ut faciam voluntatem meam, sed voluntatem ejus qui misit. Haec est
voluntas ejus qui misit me, Patris.
(17) Salmos, XXXVIII, 3.
(18) S. Pedro, I Epístola, V, 8.
(19) Genesis, XVI, 12.
(20) S. Mateus, XXV, 36.
(21) S. João, I Epístola, IV, 1.
(22) Os legisladores do monaquismo oriental, Pacómio, Basílio e Bento, autorizavam a recepção de crianças. Foram Citeaux e as correntes reformadoras do monaquismo dos séc. X e XII que, gradualmente, se opuseram a essa prática.
(23) S. Paulo, I Epístola aos Corínteos, V, 13.
(24) S. Máximo foi bispo de Turim. Morreu em 423 e a sua festa comemora-se a 15 de Junho.
(25) Levítico, XIX, 16.
(26) Esta festa não era universalmente celebrada, mas os Templários comemoravam-na como solenidade de 1ª classe.
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